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TRT testa software de reconhecimento de voz em audiência
Pela primeira vez, a Justiça do Trabalho da Paraíba realizou uma audiência com a utilização de um software de reconhecimento de voz para a transcrição de depoimentos sem a necessidade de se transmitir o texto para o digitador. O teste na Vara de Trabalho de Santa Rita foi uma solicitação do juiz Lindinaldo Marinho, que é membro da Comissão Permanente de Informática do TRT, para verificar se o sistema atende a esta necessidade.
De acordo com o magistrado, a ideia surgiu quando o Projeto Descongestionar foi editado e por considerar que nas Varas do Trabalho havia uma deficiência na quantidade de servidores aptos para a digitação. "Este projeto previu que o digitador seria o próprio assistente do juiz. Muitas vezes, as pautas ultrapassam 13 processos e a velocidade em que se desenvolvem as audiências é muito grande, o que dificulta a agilidade manual", ressaltou o juiz Lindinaldo Marinho.
Ele observou que, embora a tecnologia de reconhecimento de voz já exista há muitos anos, faltava ao Tribunal do Trabalho da Paraíba a oportunidade de incorporar essa ferramenta na tarefa mais antiga da prestação jurisdicional, a digitação. “Tudo avançou em termos de tecnologia no processo do trabalho, com exceção da digitação de audiência, disse.
O sistema
O Speech note é uma combinação para converter voz ou áudio em formato de texto e também texto em voz ou dizer nota de voz. O técnico judiciário Ericson Benjamin Melo de Arruda, lotado na Secretaria da Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic), responsável pela instalação do equipamento (um microfone e um receptor) na VT de Santa Rita, explicou que, antes, testou a aplicação no próprio setor, para em seguida ser testado em produção.
Para Ericson, o teste foi excelente. “A tecnologia está muito madura, o reconhecimento de voz tem uma precisão de quase 100%. A experiência foi extremamente promissora e vai ajudar muito na transcrição dos textos, reduzindo problemas que, por ventura, o digitador de audiência possa ter como, por exemplo, uma lesão por esforço repetitivo”. A princípio, apenas o juiz Lindinaldo Marinho utilizará a nova ferramenta, mas, segundo o técnico, outros juízes já demonstraram interesse na solução.