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Vara de Itabaiana não terá expediente nestas quarta (24) e sexta (26)

Veja do texto de autoria da servidora Jane Amaral: "Aconteceu em Itabaiana. Em 1824".
publicado: 23/05/2017 09h49 última modificação: 23/05/2017 10h12

Não haverá expediente na Vara de Trabalho de Itabaiana nos próximos dias 24 e 26, respectivamente. Na quarta-feira (24) é o aniversário de 193 anos da Batalha do Riacho das Pedras e, na sexta-feira (26), a cidade comemora sua emancipação política. De acordo com o Calendário Oficial 2017 do TRT, é feriado municipal. Na quinta-feira (25), o expediente será normal. A VT de Itabaiana tem como titular o juiz Humberto Halison e como diretor de secretaria, Francisco de Assis Queiroz.

Veja do texto:

Aconteceu em Itabaiana. Em 1824

Por Jane Amaral - Analista Judiciário (VT-Itabaiana)

No dia 24 de maio, feriado municipal em Itabaiana, na Paraíba, comemora-se o aniversário da Batalha do Riacho das Pedras (24/05/1824).

Li sobre o assunto. Sou curiosa. Queria saber a opinião do povo da terra, sobre a contenda. Perguntei: que batalha foi essa? Por quê se lutou? Nenhuma resposta. Apenas informações sobre a localização do riacho que deu nome à batalha. Houve até quem arriscasse: “acho que os holandeses invadiram Itabaiana”. Outros responderam: “se quiser, levo a senhora lá”. A resposta mais engraçada: “Aniversário do poeta Zé da Luz”. Alguém indagou: “a senhora não é daqui não? É professora ?”

Não desisti. Repito a pergunta todos os anos. Nenhuma resposta nova. Lamentavelmente, o povo não conhece sua história. Alguém pode dizer: seu comentário tem o sotaque do agreste paraibano. Nada disso. Sou do Rio Grande do Norte. Meu sotaque é apenas nordestino.

Não sou professora, mas, gosto de história. Principalmente história bonita.

A Batalha do Riacho das Pedras, foi travada em solo paraibano, durante o movimento revolucionário de caráter separatista e republicano que eclodiu na região Nordeste do Brasil. O movimento anunciava a formação de uma nova república – Confederação do Equador - assim denominada, porque o centro do movimento ficava próximo à Linha do Equador. Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de Dom Pedro I, culminada com a dissolução da Assembleia Constituinte, esboçada na Carta Outorgada de 1824.

Teve início na província de Pernambuco, e espalhou-se pelas demais províncias da região (Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).

Entre as medidas tomadas pela Confederação do Equador estava a convocação de uma Assembleia Constituinte, a elaboração de um projeto constitucional com base na Carta colombiana (então considerada uma das mais liberais da região), a proposta de extinção do tráfico negreiro e a organização de forças populares de resistência à repressão imperial.

A elite pernambucana escolheu, para governador da província, Manuel Carvalho Pais de Andrade. Porém, em 1824, D. Pedro I indicou um governador de sua confiança: Francisco Paes Barreto. Este conflito político foi o estopim da revolta.

D. Pedro I conseguiu sufocar o levante. A Confederação não resistiu por muito tempo. Com empréstimo adquirido da Inglaterra, o imperador armou as tropas, comandadas por Francisco Lima e Silva, e contratou o mercenário britânico Lorde Cochrane, para dizimar os revoltosos.

Os líderes da Confederação do Equador, acabaram enforcados. Com exceção de Frei Caneca, que, ante a recusa do carrasco em fazê-lo, por se tratar de um homem da igreja, foi fuzilado, em Recife, no Forte das Cinco Pontas, no dia 13 de janeiro de 1825.

Na Paraíba, destacaram-se as cidades de Itabaiana, Pilar, São Miguel, Vila Nova da Rainha e Vila Real do Brejo de Areia, envolvidas ativamente.

A batalha do Riacho das Pedras, entre tropas do governo e cidadãos separatistas e republicanos, é considerada uma das maiores batalhas travadas em solo paraibano e talvez a mais importante da Confederação do Equador.

Aqui, minhas homenagens ao povo itabaianense. Bom feriado.