EMPREGABILIDADE
DA POPULAÇÃO
E X P E D I E N T E
Humberto da Silva Miranda
Jamilly Rodrigues da Cunha
Francineide Dias Braga
Samuelson Wagner de Araújo e Silva
Ricardo Luiz Gomes Silva
Rute Prado de Morais
Priscila Costa de Lucena Rodrigues de Lima
Wilson Quirino da Silva
Ricardo Luiz Gomes Silva
Francineide Dias Braga
Karla Fonseca Maranhão
Humberto da Silva Miranda
Karina Espínola Guedes do Vale
Patrícia Rocha Magalhães Sakaue (Assessora)
Eduardo Pinelli Pereira (Designer da cartilha)
Presidente do TRT13
Desembargador Thiago de Oliveira Andrade
Vice-Presidente e Corregedora
Desembargadora Margarida Alves de Araújo Silva
Ouvidor
Desembargador Eduardo Sergio de Almeida
Ouvidora da Mulher
Desembargadora Herminegilda Leite Machado
Juízes Auxiliares da Presidência e da Corregedoria
Lindinaldo Silva Marinho
Alexandre Roque Pinto
Secretário-Geral da Presidência
Hyderlandson Coelho da Costa
Diretora-Geral da Secretaria
Simone Farias Perrusi
Assessoria de Projetos Sociais e Promoção de Direitos Humanos – ASPROS
Equipe de Elaboração e Revisão
(Vice-Presidente da Associação IGUAIS LGBT+ e AliançaNacional LGBTI+)
Equipe da Assessoria de Comunicação Social
7
N O Ç Õ E S S O B R E O T E M A
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A P R E S E N T A Ç Ã O
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C Ó D I G O D E V E S T I M E N T A
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C O N C L U S Ã O
C O N T E Ú D O
A P R E S E N T A Ç Ã O
Com satisfação, a Aspros - Assessoria de Projetos Sociais e
Promoção de Direitos Humanos apresenta a primeira
publicação voltada para a promoção dos direitos humanos e
justiça social. Neste primeiro documento, contemplamos a
questão da Empregabilidade da popula ção LGBTQIA+,
inaugurando uma série de produções voltadas para as
pessoas e coletivos que vivenciam situações de
vulnerabilidade social, política e econômica no mundo do
trabalho.
Visando oferecer uma ferramenta de educação e inserção
social a uma parcela da população que tem poucas vozes a
seu favor, de modo a somar forç as para o enfrentamento da
discriminação social e da transfobia, contribuindo, de tal
forma, para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária, ap resentamos esta cartilha.
Os estereótipos negativos comumente relacionados às
pessoas LGBTQIA+ estimulam de forma cotidiana a exclusão
social e a violação dos direitos humanos desses indivíduos,
que além de marginalizados, são vítimas constantes de atos
de transfobia, que embora ilícit os, são socialmente tolerados.
5
Segundo a Associação de Travestis e Transexuais - Antra, o
Brasil ocupa a tris te liderança no ranking mu ndial de
assassinatos de pessoas trans, parcela da população que, no
nosso país, pos sui uma expectativa média de vida de 35 anos.
A rejeição social, infelizmente, muitas vezes se inicia no
próprio seio familiar.
A pesquisa mostra que 90% das pessoas trans têm a sua
condição pessoal negada pela própria família, e ainda é
comum que esses indivíduos sejam expulsos de casa.
A isso, alia-se outro fator relevante, o alto índice de evasão
escolar, ambiente que, re fletindo o modelo estrutural
conservador da nossa sociedade, é sempre muito hostil àquilo
que se apresent a como diferente do tradicional.
Esses fatores, somados a outros, conduzem a um baixo nível
de escolaridade, que por sua vez, traz reflexos negativos na
qualificação profissional e, por fim, na inserção no mercado
de trabalho formal e exclusão so cial.
Partindo desse pressuposto, e buscando, para além das
contendas litigiosas, o pleno exercício da sua vocação social,
o Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região decidiu criar
um mate rial que possa, de alguma forma, auxiliar no acesso
dessa parcela da população à empregabilidade, como forma
de ocupar o espaço que lhes é de direito no mundo social do
trabalho.
Nesse s entido, a Aspros - Assessoria de Projetos Sociais e
Promoção dos Direitos Humanos objetiva contribuir com a
construção de uma sociedade mais justa e fraterna, com
respeito à sociodiversidade.
6
N O Ç Õ E S
S O B R E O T E M A
Pessoas cisgêneras são pessoas cuja identidade de
gênero corresponde ao sexo que lhe foi atribuído no
momento do nascimento.
LGBTQIA+ é a sigla para lésbicas, gays, bissexuais,
transgêneros, travestis, transexuais, intersexo, queer,
assexuais.
7
Lésbicas são mulheres que sentem atração
afetiva/sexual pelo mesmo gênero.
Gays são homens que sentem atração afetiva/sexual
pelo mesmo gênero.
Bissexuais são homens e mulheres que sentem
atração afetiva/sexual pelos gêneros masculino e
feminino.
Transexuais, transgêneros ou travestis são pessoas
que se identificam com outro gênero que não aquele
atribuído no nascimento. Essas pessoas podem ou
não modificar sua aparência ou função corporal, por
meios médicos cirúrgicos etc..
Expl icando me lhor, transg ên ero (que, às vezes,
é abreviado para trans) é um termo genérico
utilizado para des crever uma amp la gama d e
iden tidades - incluindo pessoas transexuais,
travestis, pessoas que se identificam como
terceiro gênero ou outros termos não binários,
e outros, cujas aparências e características são
percebidas como atípicas do gênero. Mulheres
trans identificam-se como mulheres, mas
foram, ao nascer, classificadas como sendo do
sexo masculino.
8
O termo queer não se refere a uma orientação
sexual específica ou identidade de gênero, mas diz
respeito a pessoas que transitam entre os gêneros
masculino e feminino ou em outros gêneros nos
quais o binarismo não se aplica.
Intersexuais são pessoas cujo desenvolvimento
sexual corporal naturalmente não se encaixa na
norma binária (homem/mulher), revelando uma
condição que pode, até certo ponto, ser associada
ao conceito de androginia.
Assexuais são pessoas que não têm atração afetiva
e/ou sexual por outras, traduzindo-se como a falta
de interesse em atividades sexuais e até mesmo de
orientação sexual.
Home ns tran s sente m- se como homens , mas
fora m defin idos co mo do s ex o femin ino q ua ndo
nasc er am. Algumas pessoas trans passam por
cirurgias ou tomam hormônios para colocar seu
corpo em harmonia com sua identidade de
gênero, outras não. Pessoas trans podem t er
qual qu er or ientaçã o sexua l incluindo, assumindo
uma postura heterossexual, homossexual,
bissexual ou assexual.
9
O símbolo + quer dizer que há diversas outras
formas e identidades, variantes ou dissidentes, que
possam ter ou vir a ser identificadas e/ou
reconhecidas, pois a diversidade humana é infinita e
imponderável. Exemplos:
10
1) Demissexuais: s ão pess oa s que s oment e
sent em atração sexual em re la ção a o utra
quan do já e xi stem um envolvimento ou laço
emocional, afetivo ou intelectual para co m
essa outr a pesso a.
2) Pansexuais: são p essoa s que s en tem
atra ção p or todos os gêneros sem fazer
distinção, pe ssoas q ue se nt em at ra ção p or
outr as pe ss oa s ind ep enden te mente d e gên er o.
Dife renci am -s e dos bissexuais, p oi s as pe ssoas
biss exuai s recon he ce m os diferentes gêneros e
os encaram de forma diferente, s en do qu e a
perc ep ção d e difer enças p od e lev ar a um a
atra ção d e difer en tes g ra us, c on forme o gêne ro .
É importante ressaltar que, no Brasil, a identidade
"travesti é uma importante reivindicação política do
movimento social.
Embora esses termos tenham cada vez mais
ressonância global em diferentes culturas, outros
termos podem ser utilizados para descrever pessoas
que se sentem atraídas por pessoas do mesmo gênero,
pessoas cuja identidade de gênero se diferencia do
sexo designado ao nascimento, pessoas que
apresentam identidades de gênero não binárias e
pessoas cujas características sexuais não se encaixam
nas típicas definições de macho e fêmea.
No contexto dos direitos humanos, lésbicas, gays,
bissexuais e transgêneros são pessoas que têm
desafios comuns e específicos.
Pessoas intersexuais (aqueles que nascem com
características sexuais atípicas) sofrem vários dos
mesmos tipos de violações de direitos humanos que
as pessoas LGBTQIA+.
11
A orientação sexual é a atração física, romântica e/ou
emocional que uma pessoa sente em relação à outra.
Todo mundo tem uma orientação sexual, pois é parte
integral da identidade de cada um.
Homens gays e mulheres lésbicas são atraídos por
indivíduos de seu gênero. Heterossexuais sentem-se
atraídos por pessoas diferentes de seu gênero.
Bissexuais são pessoas que podem sentir atração por
indivíduos de seu gênero ou de gênero diferente.
A orientação sexual não está relacionada à identidade
de gênero. Identidade de gênero é um sentimento e
uma vivência profunda do próprio gênero. A identidade
de gênero de uma pessoa pode ou não estar alinhada
com o sexo que lhe foi atribuído no momento do
nascimento.
12
N O M E S O C I A L
Nome social se refere ao nome próprio pelo qual, pessoas
transgênero, travestis e transexuais geralmente desejam ser
chamadas, em contraste com o nome oficialmente registrado
ao nascimento, que muitas vezes não reflete sua identidade
de gênero.
No â m b i t o f ederal, o Decreto n.º 8.727/16, da P r e s i d ê ncia da República
norm a t i z o u o uso do nome social pelos órgãos e e n t i d ades da
admi n i s t r ação pública federal direta, autárquic a e f u n dacional.
Em 2 0 1 9 , o Senado apresentou o Projeto de Lei n . º 2 .745 de 2019 sobre o
reco n h e c i mento da identidade de gênero, derivad o d e u m a sugestão popular
envi a d a p o r uma cidadã de Minas Gerais ao Porta l e - C i d adania.
O p r o j e t o de lei encontra-se aguardando design a ç ã o d o relator.
13
A Lei 13.460/17, que trata da participação,
proteção e defesa dos direitos do usuário dos
serviços públicos da administração pública:
"Dispõe do uso do NOME SOCIAL pelas pessoas trans, travestis e
transexuais usuárias dos serviços judiciários, membros, servidores,
estagiários e trabalhadores terceirizados dos tribunais brasileiros."
RESOLUÇÃO CNJ Nº 270 DE 11/12/2018:
14
Assegura a todos os
cidadãos, o direito a serem
tratados com urbanidade,
respeito, acessibilidade,
cortesia, presunção de boa-
fé, igualdade, eficiência,
segurança e ética.
Dessa forma, a lei respalda o respeito
ao nome social, por se tratar de um
direito da comunidade LGBTQIA+,
como expressão de sua dignidade e
respeito a sua individualidade.
A baixa escolaridade, aliada à ausência de experiência e
qualificação profissional são elementos que contribuem para a
dificuldade no acesso ao mercado de trabalho formal por parte
das pessoas trans.
Por outro lado, mesmo as pessoas trans que possuem
experiência profissional e níveis avançados de estudo e
qualificação, preenchendo os requisitos necessários para o
preenchimento de vagas no mercado de trabalho, são
comumente discriminadas nos processos seletivos, em virtude
da sua identidade de gênero.
Quando conseguem ser admitidas, também enfrentam desafios
adicionais, como a transfobia, para permanecerem empregadas
e ascenderem profissionalmente.
A realidade acima descrita mostra a necessidade de adoção de
políticas básicas de inclusão para beneficiar aqueles que
desejam ser formalmente absorvidos pelo mercado de trabalho,
medidas essas que se iniciam na oferta de vagas para uma
adequada qualificação profissional.
Além disso, as diversas nuances sociais que cercam o tema, e
a necessidade de quebra de paradigmas, torna importante uma
intermediação junto ao mercado de trabalho, seja para
absorção da mão de obra, seja para o preparo do ambiente
empresarial para a recepção desses profissionais.
E M P R E G A B I L I D A D E
15
Na sequência, algumas dicas de
instituições que podem ajudar os
interessados a subir os degraus
necessários à conquista de um
espaço no mercado de trabalho.
Programa do Ministério do Trabalho e Previdência voltado à
qualificação de trabalhadores e trabalhadoras e o combate ao
desemprego. Os cursos são online, gratuitos e sem necessidade
de escolaridade prévia. A inscrição é fácil e rápida: basta se
inscrever e começar o curso.
Você começa seu curso logo após a inscrição e o recebimento de
um e-mail de confirmação. Por ser totalmente online, o horário de
estudo é o que for mais conveniente para você. Ao final, os alunos
que concluíram o curso com a nota mínima de cinco pontos e
responderam à avaliação recebem um certificado da Universidade
de Brasília (UnB), na qualidade de curso de extensão.
16
Instituições que oferecem cursos profissionalizantes gratuitos,
na forma de cursos e programas de formação inicial e
continuada de trabalhadores (FIC), educação profissional
técnica de nível médio e educação profissional tecnológica de
graduação e de pós-graduação. Para participar do processo
seletivo basta fazer um cadastro no site da instituição mais
próxima. A escolha é efetivada por meio de sorteio eletrônico.
Institutos Federais pelo Brasil
Escola do Trabalhador 4.0
17
Programa que proporciona o acesso a diversos cursos à
distância, destinado a pessoas com renda familiar mensal per
capita que não ultrapasse dois salários mínimos.
Antes de efetuar a inscrição, o candidato deverá tomar
conhecimento das informações disponíveis na guia Pré-
requisitos de cada curso e certificar-se de que atende a todos
os critérios exigidos.
Programa SENAC de Gratuidade (PSG)
Programa do Ministério do Trabalho e Previdência voltado à
qualificação de trabalhadores e trabalhadoras e o combate ao
desemprego. Os cursos são online, gratuitos e sem necessidade
de escolaridade prévia. A inscrição é fácil e rápida: basta se
inscrever e começar o curso.
Você começa seu curso logo após a inscrição e o recebimento de
um e-mail de confirmação.
Por ser totalmente online, o horário de estudo é o que for mais
conveniente para você. Ao final, os alunos que concluíram o curso
com a nota mínima de cinco pontos e responderam à avaliação
recebem um certificado da Universidade de Brasília (UnB), na
qualidade de curso de extensão.
Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC)
A seleção dos candidatos considera os seguintes critérios:
a) Seleção por Estado;
b) Seleção para o curso oferecido, conforme disponibilidade de vagas;
c) Classificação obtida pela ordem de inscrição no curso pelo
candidato;
d) Comprovação do atendimento da documentação exigida para a
matrícula.
A S S É D I O M O R A L
Lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, intersexo e +.
sofrem discriminação e assédio no mundo do trabalho por
conta de sua orientação sexual e identidade de gênero.
O assédio moral ocorre quando o trabalhador é submetido a
situações, repetitivas ou sistematizadas, de humilhação,
degradação, vexatórias, hostis, vulgares ou agressivas no
ambiente de trabalho.
O assédio moral causa sérios danos à saúde física e mental
do trabalhador, além de prejudicá-lo no seu desempenho
profissional, social e familiar. Por isso, a Constituição
Federal, em seus arts. 5° e 7º, XXX, e a CLT, art. 483,
protegem a integridade do trabalhador no seu direito à
intimidade, dignidade, igualdade, honra e vida privada.
18
São exemplos de conduta que, reiteradas,
caracterizam o dano moral:
Gritar, xingar, apelidar, contar piadas para menosprezar,
ridicularizar e humilhar, ordenar realização de tarefas
impossíveis ou incompatíveis com a capacidade profissional,
repetir críticas e comentários improcedentes ou que
subestimem os esforços do empregado, isolar a pessoa no
corredor ou em sala, entre outros.
A violação dos direitos fundamentais ou a ocorrência de
situações de assédio moral à comunidade LGBTQIA+, no
ambiente de trabalho por empregadores, superiores
hierárquicos e colegas de trabalho devem ser comunicadas
pelos ofendidos ao Ministério Público do Trabalho
(www.prt13.mpt.mp.br).
O prejudicado também pode procurar o Ministério do
Trabalho e Previdência, a quem compete a fiscalização do
cumprimento das Leis Trabalhistas.
19
Pessoas Idosas.
Pessoas Negras.
Pessoas em situação de estabilidade provisória (gestante,
membro de CIPA, dirigente sindical e beneficiário de
auxílio-doença).
LGBTIQA+.
Portadores de HIV ou doenças graves.
Pessoas obesas ou com sobrepeso, entre outras.
As principais vítimas de assédio moral são:
Acesse: Rede de Atendimento Português (Brasil)
D I C A S P A R A
C O N S E G U I R U M A V A G A N O
M E R C A D O D E T R A B A L H O
Nunca coloque nele informações pessoais o u prof issionais que
não sejam verdadeiras;
Descreva todas as suas habilidades profis sionais, mas de forma
simples e resumida (detalhes devem ser deixados para a
entrevista de emprego);
Apresente de forma clar a e di reta tudo o que a pessoa que vai
analisar seus dados precisa saber sobre você, que tenha relação
com a vaga em questão.
O currículo é o resumo da vida profissional de um candidato ou
candidata a emprego. Para produzir um bom currículo:
Como o currículo é o primeiro contato e a primeira impressão do
empregador, é importante que ele passe com clareza as suas
competências técnicas e conquistas. É importante que o
documento seja organizado e não contenha erros de português ou
de digitação. Antes de imprimir ou enviar, revise e peça para
alguém verificar.
O visual vai depender da área em que você está procurando
trabalho. Em regra, não use letras muito enfeitadas ou grandes.
Além disso, use cores como preto ou azul escuro. Mas se você está
buscando algo em áreas como publicidade ou designer gráfico, por
exemplo, o seu currículo pode e deve ser mais arrojado.
20
O currículo é dividido em mais ou menos
8 partes, a depender das informações que você
possa e queira demonstrar para o empregador.
21
1. Informações pessoais
Deve-se informar seus dados pessoais: nome completo, endereço completo, telefone,
e-mail. No lugar do seu nome de registro, você pode colocar seu nome social.
2. Objetivo definido
Currículos sem objetivo, com objetivo genérico (por exemplo: estou à disposição da
empresa) ou com muitas opções (por exemplo: recepcionista, assistente financeiro ou
designer gráfico) mostra que a pessoa não tem foco definido e correm mais risco
de não receberem a atenção adequada. Coloque o cargo (por exemplo,
recepcionista) ou a área (por exemplo, atuar com atendimento ao público) que deseja
desempenhar. Lembre-se de que a descrição do objetivo deve ser igual ou
similar à vaga que esteja concorrendo. Assim, se você tem muitos interesses e
habilidades, faça um currículo para cada objetivo profissional, dando destaque para
as experiências mais relacionadas ao que está buscando.
3. Formação Acadêmica
Nesta seção, você deverá colocar em ordem, do mais recente para o mais antigo, os
cursos que realizou. Lembrando de colocar o nome da instituição de ensino, tipo de
curso e ano de conclusão.
Caso domine outras línguas, além da sua língua nativa (no caso dos brasileiros, o
português), informe-as nesta parte.
Essa seção é opcional e é utilizada para descrever trabalhos voluntários, participação
em projetos específicos ou, ainda, alguma viagem de intercâmbio que seja relevante.
Exemplo: experiência de três anos como voluntário em abrigo de animais, no qual
ajudava com a limpeza e alimentação dos animais abandonados.
22
4. Qualificações
Aqui, você vai descrever sobre o que faz bem, seus talentos e resumir suas
características pessoais e profissionais. Exemplo: responsável pelo atendimento à
recepção social e cadastro de visitantes; atendimento telefônico; organização de
arquivos; desenvoltura para falar em público.
5. Experiência Profissional
Se você tiver experiências profissionais anteriores, coloque-as nesta seção, da mais
recente para a mais antiga. Sempre indique o nome da empresa, o cargo que atuou e o
período em que você ficou nesse emprego. Se achar necessário, faça uma breve
descrição das suas principais responsabilidades ou atribuições exercidas na empresa.
6. Conhecimentos em Informática
Caso possua conhecimentos em informática, informe, também no currículo, as
ferramentas que você domina ou com as quais já trabalhou. Exemplo: pacote office
intermediário (word, excel, power point e outlook), SAP básico etc..
7. Idiomas
8. Outras Informações
Em processos seletivos é muito comum as empresas entregarem um
formulário de cadastro de candidato, por isso sempre tenha uma
caneta azul ou preta com você.
Tenha também em mãos seus documentos originais de identidade,
como RG (Registro Geral), CPF (Cadastro de Pessoa Física), CNH
(Carteira Nacional de Habilitação) etc..
Tais documentos poderão ser utilizados na entrada ou portaria da
empresa, para autorizar seu ingresso nas dependências do local de
trabalho.
Quanto a outros documentos, como CTPS (Carteira de Trabalho e
Previdência Social), PIS (Programa Integração Social), Título de
Eleitor, Reservista, Certidão de Casamento, Certidão de
Nascimento, Histórico Escolar etc., estes documentos realmente
são importantes e você precisa deles para preencher alguns
formulários de cadastro.
Caso você perca alguns desses documentos, deve gerar um B.O.
(boletim de ocorrência), solicitar e pagar pela segunda via etc..
Sugere-se que você anote os números destes documentos, leve
cópias simples ou, ainda, uma foto e arquivada no seu celular.
Além disso, atualize seus dados de contato em seu currículo, como
e-mail (se você ainda não tem um, é essencial criar); telefone e
endereço.
P R O C E S S O S E L E T I V O :
C O M O F U N C I O N A ?
23
D I C A S I M P O R T A N T E S
Evite e-mails com apelidos ou características pessoais
(exemplo: maite.gatinha@xpto.com.br) ou ainda utilizar um
e-mail para fins comerciais (logadacris@xpto.com.br).
Sugere-se usar variações de nome, sobrenome e data de
nascimento (exemplo: maira.silva1971@xpto.com.br).
Lembre-se: o seu e-mail é uma forma que a empresa vai
entrar em contato com você. Procure acessá-lo com
frequência.
24
O número de telefone pode ser de um celular.
O importante é que seja o número que você esteja
usando no momento.
Evite a troca de número de telefone com frequência ou,
caso haja necessidade, pode reservar ou manter um
outro telefone para recados. Se for necessário, escolha
algum de confiança para lhe avisar o mais rápido
possível quando surgir uma oportunidade de trabalho.
E-mail
Telefone
Não precisa levar um comprovante de endereço para o
processo seletivo, mas tenha em mãos os dados de onde você
mora, incluindo o CEP (Código de Endereçamento Postal).
Se não souber do seu CEP, você pode consultar no site dos
Correios: correios.com.br.
25
Endereço
Acompanhante
Se você for acompanhado para a entrevista por um amigo
ou familiar, pode causar uma má impressão, pois pode
parecer insegurança, falta de autonomia, etc.. Contudo, se
alguém quiser lhe acompanhar, peça para a pessoa lhe
aguardar na portaria do prédio ou em um local próximo,
por exemplo, uma lanchonete.
Lembre-se que as pessoas chamadas para o processo
seletivo são aval iadas a todo momento, desde o
currículo recebido até o momento da admissão.
C Ó D I G O D E V E S T I M E N T A
( D R E S S C O D E )
Dresscode é um termo muito comum no mundo do trabalho,
que diz respeito ao modo de se vestir apropriado para cada
trabalho. Ele existe porque as empresas entendem que a
forma de se vestir é uma das formas de transmitir os valores
e a imagem da empresa para o mercado, clientes e
fornecedores.
Quando pesquisamos sobre a empresa, já conseguimos ter
uma ideia de como é seu dresscode, se é mais formal ou
informal. Mas, na dúvida, pergunte como é o dresscode da
empresa para a pessoa que entrou em contato com você
oferecendo o trabalho.
26
Atenção: A forma como você se apresenta gera uma
imagem de qu em v ocê é para a pessoa que está te
entrevistando, então reserve um t em po para pensar
sobre o que irá usar na entrevista.
Calçados: escolha um calçado confortável e que não esteja
sujo, furado, com manchas etc..
Roupas: escolha uma roupa que você se sente bem, mas
tenha cuidado e verifique se está limpa, se precisa passar,
se não tem manchas, se tem todos os botões etc..
Cabelo e barba: o cabelo e a barba são partes integrantes
da nossa personalidade e cada pessoa tem seu estilo. Eles
podem ser longos, curtos. Os cabelos podem ser presos,
soltos, ser lisos, cacheados, blackpower. O importante é
que eles estejam limpos e arrumados.
Maquiagem: se você usa maquiagem, é bom que seja uma
maquiagem mais leve e básica.
Higiene pessoal: limpeza e bom cheiro são fundamentais,
mas se deve tomar cuidado com desodorantes ou perfumes
muito fortes. É bom lembrar que algumas pessoas são
alérgicas ou se incomodam com alguns tipos de aroma.
Faça de tudo para garantir a melhor interação com quem
estiver fazendo a entrevista.
Piercing e tatuagem: esses acessórios são mais aceitos
hoje em dia pelas empresas. Porém, como já dissemos,
algumas são mais flexíveis e outras não.
27
Lembre-se: Roupa amassada, furada, manchada, pode passar
a impressão de desleixo .
Importante: Alguns processos seletivos têm dinâmicas ou
testes práticos, por isso cuidado com roupas que dificult am
seus movimentos: muito justas, curtas, decotadas etc..
O dresscode reflete a sua apresentação pessoal, então
cuidado com excessos, desleixos e uso de acessórios como
boné, fones de ouvido e óculos escuros.
Deixe o celular desligado e não masque chiclete durante a
entrevista.
Enfim, seja uma pessoa autêntica, mas tenha atenção ao
perfil da empresa e cuidado com excessos.
Quando chegar na empresa para a entrevista e caso não
tenha alterado seus documentos, informe à pessoa que está
atendendo seu nome social e a forma como gostaria de ser
tratado.
Ao preencher o formulário de cadastro, faça com calma,
atenção, com letra legível, evite rasuras e revise todas as
informações antes de entregar ao entrevistador.
28
Lembre-se: nem todas as pessoas estão
preparadas ou têm conhecimento sobre o uso
do nome social. Seja paciente.
29
Nesta etapa é avaliada a forma como você se apresenta e se
comunica, como administ ra o t empo dedicado à atividade e às
orientações passadas.
Treine em casa, na frente de um espelho, uma apresentação rápid a,
de uns dois minutos, na qual você conta quem é você, o que você
faz e porque quer trabalhar naquela empresa.
Atenção para sua postur a e evite gírias e figuras de ling uagem.
As etapas mais comuns do processo de seletivo são:
Dinâmica de apresentação
Seja com a área de seleção, seja com o gestor, o objetivo é lh e
conhecer melhor. É a oportunidade de a empresa se aprofundar na
sua experiência, quais são seus pon tos fortes e quais
características precisa desenvolver.
Por isso é importante ser uma pessoa autêntica.
Esta dinâmica é usada para avaliar as suas característic as em
relação ao grupo. Ela pode avaliar o trabalho em equipe, a
habilidade para negocia ção ou liderança, a depender do perfil da
vaga em questão.
Nesta etapa também deve-se tomar cuidado com a postura, a forma
de se comunicar, o tempo e as orientações que foram dadas.
Dinâmica de grupo
Entrevista individual
30
Procure manter contato visual e responder com detalhes,
dando exemplos de situações reais, mesmo que você não
tenha experiênc ia profissional.
Se este for o c aso, dê exemplos de outras situações que
demonstrem o qu e está sendo perguntado.
Por exemplo, vo cê pode demonstrar sua habilidade de jogo
de cintura cont ando situações que vivenciou na escola, na
sua comunidade, em atividades voluntárias ou em trabalhos
informais.
E, se não entender a pergunta, questione e peça para a
pessoa repetir.
Lemb re-se: O processo seletivo é uma via de mão dupla,
onde a empresa está avaliando se você é a me lhor pessoa
para a vaga e você também está avaliando se esta é a função
e a empresa onde quer trabalhar.
Este é o momento de tira r dúvidas sobre a vaga e de saber
qual o tempo d e retorno e/ou prazo para as próximas etapas.
Em resumo: seja autêntico e mostre porque você é a pessoa
a ser con tratada para esta vaga.
Várias empresas estão utilizando métodos mais tecnológicos
e que otimizem o tempo do recrutamento.
Antes de uma etapa presencial, a lgumas empresas podem
pedir para que o candidato ou candidata faça alguns testes
online, como de português, raciocínio lógico e/ou de
conhecimentos específicos.
Esse tipo de fe rramenta possibilita avaliar o perfil e as
habilidades da pessoa que se candidata, bem como verificar
se ela está apta para seguir no processo seletivo.
Assim, é fundamental que os testes sejam preenchidos só
por você. Faça sem ajuda de ninguém, afinal eles estão
avaliando os se us conhecimentos.
R E C R U T A M E N T O
O N - L I N E
31
Outra ferramenta on-line que vem sendo utilizada é o
vídeo do candidato.
Normalmente, as empresas que optam por esse método como
uma etapa do processo seletivo, solicitam a gravação de um
vídeo com um te mpo preestabelecido e com um roteiro a ser
seguido.
O vídeo é como uma entrevista, s ó que gravada. Então
capriche no visual, como se esti vesse indo para uma
entrevista pess oal.
Outra dica importante é fazer sua gravação em um local com
fundo claro, sem ruído ou barulhos e que não seja passagem
de pessoas.
Escolha um local tranquilo para que ninguém o atrapalhe.
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Lembre-se: Não é porque você não está falando com o
recrutador pessoalmente que você não deve se
preocupar com a aparência.
R E D E S S O C I A I S
As redes sociais passar am a t er um peso g rande nos pr ocessos
selet ivos. Alguma s veze s, os departamen tos de recru tament o se
utili zam de ssas f errame ntas para conhecer um pouco mais s obre
a pes soa qu e se c andida tou.
Isso não signific a que você t em que apaga r as s uas re des. Para
mante r sua privacidade, pode ser me lhor, talvez , deixar o seu
perfi l com acesso apena s para contatos pessoais.
Se o seu perfil for abe rto pa ra qua lquer pessoa, su gere-s e toma r
cuida do com opini ões po lítica s, pos tagens ofensivas e/ou
discriminat órias, por e xemplo.
No ca so do Linked In, is so é ainda mais import ante, pois t rata-s e
de um a ferr amenta para uso pr ofissional. Você tem a cesso às
pesso as, em presas , opor tunidades, grupo s de d iscuss ão,
recru tadore s e va gas de emprego. O intu ito é estrit amente
profissiona l.
Lemb r e - s e : a pessoa que faz o recrutamento não lhe conhece, mas o que
você coloca nas suas redes s o ciais e foto de perfil irão causar uma
impr e s s ã o que poderá influenciar no processo seletivo.
33
C O N C L U S Ã O
Pronto, agora que você passou por todas as etapas, só
resta esperar o resultado.
Não fique ligando ou enviando e-mail todo dia para a
empresa. Controle a ansiedade.
Contudo, isso não quer dizer que você não pode entrar
em contato, mas procure aguardar o prazo dado pela
empresa.
Passada a data estipulada, ligue ou envie um e-mail
perguntando a situação do seu processo e, se a vaga
ainda não tiver sido fechada, pergunte novamente sobre
o prazo que deve aguardar.
Se você for chamado, celebre a vitória e organize a
documentação que será entregue na área de RH
(recursos humanos) da empresa.
É importante que seus documentos estejam
regularizados e atualizados, por isso verifique-os com
antecedência e não deixe para a última hora.
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Dica final:
Avalie se você tem o perfil e o interesse pela
vaga que estão lhe oferecendo.
Aceitar uma vaga que não está alinhada aos
seus objetivos profissionais ou que você não
se identifica com as atividades, apenas lhe
fará perder a chance de encontrar algo que
realmente interessa a você.
35
1) NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. PÁGINAS TRANS. Guia de acesso a direitos e serviços para pessoas
trans. Di p o nível em P a ginas-tra n s =guia-de- a cesso-a-di r eitos.pdf ( mpsp.mp.br ) . Acessado em
26/10/202 2 .
2) CARTILHA TRANS. # AGORA VAI. D isponível em 7f7f8b_ 2 d9eb5e2173 3 4fceb61d51 8 7b2bfce7b . p df
(transemp r e gos.com.b r ) . Acessad o em 26/10/ 2 022.
3) BRASIL. Ministério Público do Trabalho. Cartilha: Atendimento do MPT à População LGBTQI+.
Disponíve l em mpt.mp . b r/pgt/pub l icacoes/ca r tilhas/ate n dimento-d o - mpt-a-pop u l acao-
lgbqi/@@d i s play-
file/arqu i v o_pdf#:~: t e xt=O%20tr a tamento%20 q ue%20o%20M P T.de%20Ju r i stas%20e% 2 0 do%20Serv i ço.
Acessado e m 26/10/20 2 2 .
4) SANOFI. DO SEU JEITO. Cartilha de Diversidade & Inclusão. Pro m over um am b iente mais diverso e
inclusivo é papel de t odas as p e ssoas. Dis p onível em w ww.sanofi. c om.br/dam / j cr:0b5d03 b 2 -af2c-
426f-a89d - e df306eb96 3 5 /CARTILHA _ DOSEUJEITO _ DIVRESIDAD E .pdf. Aces s ado em 26 / 1 0/2022.
5) BRASIL. Decreto nº 8.727 de 28 de abril de 2016. D i spõe sobre o uso do n o me social e o
reconheci m e nto da id e n tidade de gênero de p essoas tra v estis e t r a nsexuais n o âmbito d a
administr a ç ão públic a federal d i reta, autá r quica e fu n dacional. D isponível e m
http://ww w . planalto. g o v.br/CCIV I L_03/_Ato2 0 15-2018/20 1 6/Decreto / D 8727.htm. A cessado e m
26/10/202 2 .
6) BRASIL. Senado Federal. Projeto de Lei nº 2.745 de 2019. Alte r a a Lei nº 10.406, d e 10 de jan e i ro
de 2002 ( C ó digo Civi l ) e a Lei n º 6.015, d e 31 de dez e mbro de 1 9 7 3 (Lei de R egistros P úblicos), p ara
dispor so b r e o direi t o ao recon h ecimento d a identidad e de gêner o , permitin d o a mudanç a do regist r o
do prenom e e do sexo d a pessoa n os documen t os de iden t ificação, q uando com p r ovadament e
divergent e s . Disponí v e l em http s : //www25.s e nado.leg.b r /web/ativi d ade/mater i a s/-/mater i a /136657.
Acessado e m 26/10/20 2 2 .
7) BRASIL. Lei nº 13.460 de 26 de junho de 2017. Disp õ e sobre p a r ticipação , proteção e defesa do s
direitos d o usuário d o s serviço s públicos d a administ r ação públ i c a. Dispon í v el em
http://ww w . planalto. g o v.br/cciv i l_03/_ato2 0 15-2018/20 1 7/lei/l13 4 6 0.htm. Ac e s sado em 2 6 /10/2022.
8) BRASIL. Decreto-Lei 5.452, de 01 de maio de 1943. A prova a Co n solidação d as Leis d o Trabalho.
Disponíve l em http:// w ww.planal t o .gov.br/c c ivil_03/de c reto-lei/d e l5452.htm. Acesso em 2 6/10/2022 .
9) BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL de 05 de outubro de 1988.
Disponíve l em http:// w ww.planal t o .gov.br/c c ivil_03/co n stituicao/ c onstituic a o .htm. Ace s s ado em
26/10/202 2 .
10) Dossiê assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2021 / Bruna G.
Benevides (Org). B r a sília: Di s trito Drag , ANTRA, 20 2 2. Dispon í v el em
https://a n t rabrasil. f i les.wordp r ess.com . A cessado em 19/12/202 2
F O N T E S U T I L I Z A D A S