Diário Oficial publica aposentadoria da Desembargadora Ana Clara Nóbrega
O Diário Oficial da União publicou no dia 30 de abril, a concessão da aposentadoria da Desembargadora Ana Clara de Jesus Maroja Nóbrega. A magistrada era a mais antiga servidora da Justiça do Trabalho da Paraíba em atividade. Dedicou toda a sua vida profissional à atuação na Justiça Trabalhista, tornando-se Juíza de Segunda Instância em 2001.
O documento foi assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com os artigos 84, inciso XVI; 111, inciso II; e 115, inciso II, da Constituição Federal, e o 3º da Emenda Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005, e tendo em vista o que consta do Processo nº 080025.000220/2010 47, do Ministério da Justiça.
Trajetória na Justiça do Trabalho
O Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba é, até hoje, o único órgão do Poder Judiciário da Paraíba que teve duas mulheres na Presidência. A primeira foi a Desembargadora Ana Maria Madruga, no biênio 2003/2004. Já no biênio 2007/2008 o cargo foi exercido pela Desembargadora Ana Clara Nóbrega.
A Desembargadora Ana Clara Nóbrega assumiu a presidência e priorizou o setor de informática, instalando as duas primeira Varas do Trabalho com processos 100% eletrônico, sem o uso de papel, repercutindo de forma positiva em todo âmbito nacional. Sinto-me orgulhosa por ter colaborado, entre outros, com avanços tecnológicos que contribuirão não só para a nossa instituição, mas para a Justiça do Trabalho como um todo, com inegável repercussão ao meio ambiente, revela Ana Clara Nóbrega, que muitas vezes relutou em aceitar a tarefa de administrar o Tribunal.
Sempre exerci minha profissão acreditando na força da mulher, que conquista seu espaço com trabalho e muita garra. Aliás, nós temos, por natureza, firmeza e bom senso. Parece que este último foi um presente divino para o sexo feminino. Não que os homens não tenham tais atributos, mas nas mulheres afloram de uma maneira natural e verdadeira, observa.
Por ser mulher e ter ocupado um cargo de grande importância dentro da magistratura paraibana, a Desembargadora garante: Em toda a minha trajetória profissional jamais sofri qualquer tipo de preconceito. Ao contrário, tenho orgulho em dizer que minhas atitudes de conciliação e entendimento sempre foram reconhecidas pelos colegas. E essas atitudes são fundamentais para a profissão que escolhi, a de magistrada.
Magistratura: Um terreno masculino
A Desembargadora destacou ainda que quando assumiu a magistratura, a maioria esmagadora era de homem. Mesmo assim, afirmo que nunca enfrentei obstáculos por ser mulher. Às vezes esta circunstância, na verdade, ajuda, porque, como disse, a mulher tende a ser mais conciliadora.
Mesmo tendo que dividir seu tempo entre o trabalho e a família, a Desembargadora ainda cuida da saúde e da beleza. Segundo ela, a vaidade para as mulheres é essencial, não fundamental. Não tenho a loucura de estar sempre acompanhando as tendências da moda. Procuro me vestir de maneira sempre discreta, observando a minha idade, o meu tempo. Sigo o meu instinto.
Em relação à forma física, não abre mão das delícias da mesa: Tenho o meu limite e quando ultrapasso, tomo os meus cuidados, revela. A competência, a dedicação, o bom senso têm garantido às mulheres a conquista de novos espaços, que só tendem a aumentar. Estamos virando a página de uma cultura secular onde a mulher tinha direito a muito pouco. Hoje o céu é o nosso limite!, diz.
Ligada na modernidade
A Desembargadora era a mais antiga servidora da Justiça do Trabalho da Paraíba em atividade. Servidora desde os tempos em que reinavam a máquina de datilografia e o arquivo em pastas de papel. Não torce o nariz para a modernidade, pelo contrário, mergulha nela. Usa palm fone e tem pelo menos três e-mails.
Breve Perfil
A Desembargadora Ana Clara Nóbrega é formada em Direito pela Universidade Federal da Paraíba e tem Especialização em Direito Processual Civil, pelo Unipê. Dedicou toda a sua vida profissional à atuação na Justiça Trabalhista. Foi servidora e depois aprovada em concurso público para juíza do trabalho.
Foi promovida para a 2ª Instância, por merecimento, tomando posse em junho de 2001. Antes exercia a Presidência da 3ª JCJ de João Pessoa. Juíza convocada em 1997 pela Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho, permaneceu até 2000, quando foi convocada para compor o TRT 13ª Região no ano de 2000.
Por diversas ocasiões, a partir de 1993, atuou como Juíza convocada do TRT-PB, em substituição a Juízes de 2ª instância; Juíza Instaladora das 3ª JCJ de João Pessoa, 4ª JCJ de João Pessoa e JCJ de Patos-PB; Juíza substituta na JCJ de Goianinha-RN, entre outras funções.
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