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Palestra sobre prevenção de doenças epidemiológicas aconteceu no TRT

Servidores aprenderam os diferentes sintomas da dengue, chikungunya, zika e H1N1
publicado: 27/04/2016 08h35 última modificação: 30/09/2016 10h38

A Secretaria de Gestão de Pessoas (Segepe) do Tribunal do Trabalho da Paraíba realizou, na última segunda-feira, dia 25, no auditório do Pleno, duas palestras com profissionais da Gerência de Vigilância Epidemiológica e do Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses da Secretaria de Saúde de João Pessoa para todos os servidores do Regional, sobre a prevenção a dengue, chikungunya, zika e gripe H1N1.

Numa das palestras, os médicos sanitaristas Rejane Marques e Daniel Araújo orientaram os participantes a detectarem os sinais e sintomas de cada uma dessas doenças e como tratá-las de maneira eficaz e sem que haja maiores complicações para os pacientes.

De acordo com a médica, independente dos sintomas, nos primeiros 10 dias o paciente deve ser tratado como se estivesse com dengue, já que é uma doença totalmente dependente da hidratação do paciente acompanhado de paracetamol, apenas. Se o doente não for hidratado adequadamente, as possibilidades de complicações aumentam consideravelmente.

A médica explicou que o ideal é começar a ser hidratado desde a primeira consulta com 80 ml de líquido por kg/dia. Metade dessa quantidade deve ser administrado em soro caseiro e a outra metade deve ser ingerida na forma de água, chá e suco em poucas doses para não sobrecarregar os rins nem provocar vômitos.

Outra informação que surpreendeu o público que assistiu à palestra foi que “o paciente pode contrair duas dessas doenças ao mesmo tempo, caso a fêmea do mosquito Aedes aegypti esteja com os quatro vírus da dengue (I, II, III e IV), e também com o vírus da chikungunya ou zika”. Rejane Marques ainda informou que o paciente só pode adquirir dengue pelo vírus I apenas uma vez, contudo, em até seis meses, a dengue pode se manifestar em outro estágio da doença.

 

Tratamento adequado

Para o tratamento, não é recomendado ao paciente o uso de medicamentos como anti-inflamatórios nem corticoide porque pode haver o risco de sangramento gastrointestinal. O paciente de dengue precisa tomar uma série de cuidados para que não haja nenhuma complicação. Nos casos de zika ou chikungunya, não é aconselhável utilizar esses medicamentos até o 15º dia da manifestação da doença.

Chikungunya significa andar encurvado devido às fortes dores no corpo que o paciente sente. Esta é fase aguda e dura até 10 dias, quando se recomenda repouso absoluto por causa das inflamações nas articulações. A partir daí até três meses, a fase é a sub-aguda. A seguinte é a fase crônica e as pessoas podem passar anos e anos com as sequelas da doença. É uma doença de imunidade definitiva.

Na zika, ainda não é possível afirmar que só se pega uma vez. Até o momento, sabe-se apenas que é uma doença totalmente relacionada à gravidez onde as gestantes podem contrair mais de uma vez.

Exames

Para a dengue, existem três tipos de exame. O NS1 é o exame feito até o terceiro dia da doença; o isolamento viral, que é realizado na UFPB, é o que detecta se o paciente está com dengue I, II, III ou IV e tem que ser feito até o quinto dia com a coleta de sangue. O exame mais comum é a sorologia, que é feito a partir do sétimo dia até o vigésimo oitavo dia.

O exame do zika vírus é muito sofisticado e no momento não está sendo possível fazer na Paraíba a sorologia da doença. Por semana, apenas cinco exames são encaminhados para Pernambuco e a prioridade é dada às gestantes que apresentem suspeitas da doença e crianças que nasceram suspeita de microcefalia, para se confirmar ou não a zika. Este exame só pode ser realizado através do sangue, que é colhido pela vigilância epidemiológica.

A sanitarista Rejane Marques informou que, no início, foi muito difícil fazer o exame para detectar se as pessoas estavam infectada ou não com o vírus da chikungunya porque o Ministério da Saúde exigia que o exame só deveria ser realizado em suspeito que tivesse viajado para lugares onde tivessem casos positivos da doença.

 

Dengue mata mais

As pessoas morrem mais de dengue porque, em algum momento, não foi feito o tratamento adequado. Apesar da morbidade, a chikungunya não mata. No entanto, segundo a sanitarista, pacientes idosos com problemas pulmonares crônicos, hipertensão e diabetes descompensada e contraem chikungunya podem vir a óbito porque a doença vai complicar o quadro anterior, em muitas casos, irreversível.

Já o zika, apesar de não ter mortalidade nem morbidade, a grande preocupação são as crianças que nascem com microcefalia. Embora seja uma doença relacionada à gestantes, a vantagem da zika é que só 16 a 18 por cento das pacientes tem sintomas.

Não é porque a gestante que teve o zika vírus que a criança vai ter microcefalia. É importante dizer também que uma criança que nasceu com microcefalia a mãe teve zika vírus. A microcefalia não é uma condição nova. Nos últimos anos, entre cinco a nove crianças nascem com microcefalia. Desde agosto do ano passado, esse número aumentou para 37 casos.

 

H1N1

“Nem todas as pessoas que são vacinadas contra o vírus H1N1 ou influenza tipo A estão imunizadas”. A afirmação é do sanitarista Daniel Araújo. Ele informou que em João Pessoa existem atualmente 17 casos da gripe confirmados. Independente do resultado ser positivo ou negativo, diante da suspeita é feito o tratamento com o medicamento disponível na rede municipal de saúde, o Tamiflu.

Daniel Araújo esclareceu ainda que o uso indiscriminado dessa medicação cria-se uma resistência do vírus “e depois dele, no momento, não temos nenhuma outra escolha”. Antes das pessoas ficarem doentes é interessante pensar na higiene das mãos para se conseguir um controle a mais da doença.