Você está aqui: Página Inicial > Comunicação Social > Notícias > 2017 > 11 > TRT da Paraíba participa do Congresso Internacional das Escolas Judiciais em Pernambuco
Conteúdo

Notícias

TRT da Paraíba participa do Congresso Internacional das Escolas Judiciais em Pernambuco

Evento reuniu os Tribunais do Trabalho da 13ª, 6ª e 19ª Regiões
publicado: 08/11/2017 13h36 última modificação: 08/11/2017 13h36

Os desembargadores Wolney Cordeiro, vice-presidente do Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região), Ubiratan Delgado, diretor da Escola Judicial, Ana Maria Madruga, além das juízas Ana Paula Porto, Adriana Sette, Herminegilda Leite e Solange Machado participaram do Iº Congresso Internacional das Escolas Judiciais da 13ª, 6ª e 19ª Regiões que aconteceu no Hotel Golden Tulip, na praia de Boa Viagem, no Recife. Após a cerimônia de abertura e a primeira conferência internacional, a programação do teve continuidade com apresentação de painéis.

Os trabalhos começaram com o painel “Os impactos socioeconômicos da reforma trabalhista”, com a participação do Procurador-Geral do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, do advogado José Affonso Dallegrave Neto e da desembargadora Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região. Todos convergiram no ponto de que as recentes alterações nas leis trabalhistas não gerariam aumento de empregos.

O procurador Ronaldo Fleury citou como exemplo a Espanha e o México, que também flexibilizaram as regras no Direito do Trabalho e não cresceram economicamente após as mudanças. Já o advogado José Affonso destacou que a reforma apenas precarizou as conquistas dos trabalhadores para reduzir o custo da mão de obra. E a desembargadora Vólia Bomfim ratificou os prejuízos para a classe laboral ao apontar apenas sete artigos da nova lei trazendo benefícios a quem trabalha, enquanto mais de 70 são nocivos aos empregados.

Em seguida, o professor doutor argentino Ricardo Carlos Köhler ministrou a segunda conferência internacional do evento. Em "La problemática del trabajo esclavo", ele falou sobre as causas e consequências do trabalho escravo, tanto na Argentina como em outras partes do mundo. Expôs aspectos trabalhistas, empresariais, legais e até mesmo os culturais e religiosos da escravidão.

Tecnologia e terceirização

O conflito entre a tecnologia e a mão de obra humana foi o tema central do terceiro painel do dia. Sobre o assunto, falaram os desembargadores Sérgio Torres (TRT-PE) e Bento Herculano Duarte Neto (TRT-RN), além do juiz Roberto da Silva Fragale Filho (TRT-RJ).

Esta etapa do congresso foi intitulada “Direito, trabalho e tecnologia: intermediação do trabalho humano por meio das novas tecnologias”. O desembargador Sérgio Torres foi o primeiro a falar e enfatizou as consequências ainda imprevisíveis do avanço da tecnologia no mercado de trabalho, citando inclusive a extinção de empregos com a criação de outros novos. Na sequência, o desembargador Bento Herculano trouxe a reflexão com relação ao que foi feito no sentido de dar efetividade ao dispositivo constitucional que prevê a proteção da relação de emprego em face da automação. Já o juiz Roberto Fragale destacou a necessidade de discussão sobre as atuais formas de trabalho, como, por exemplo, as relações laborais na economia de compartilhamento, também conhecida por alguns como “uberização”.

Terminando o dia, “Reforma trabalhista: novos rumos da terceirização – teoria e prática”. James Magno Araújo Farias, desembargador do TRT-MA, reforçou aos presentes a importância de cada um no sentido de levar à sociedade informação sobre a terceirização e a discussão sobre o tema. Roberta Corrêa de Araújo, juíza TRT-PE, demonstrou preocupação com a nova regra que permite a contratação de terceirizados até mesmo para a atividade-fim das empresas, gerando assim uma precarização das relações laborais. E, encerrando a programação do dia, a Procuradora Regional do Trabalho de Pernambuco, Jailda Eulídia da Silva Pinto, protestou ao afirmar que “o modelo de terceirização já enseja precarização das relações do trabalho, que tendem a piorar com a nova regulamentação.”

Fonte: ACS/TRT13 com ACS TRT6