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“Ruas que Falam”: projeto social do TRT-13 tem início com escuta ativa de pessoas em situação de rua
Foi realizado na manhã desta quinta-feira (9) o primeiro encontro do projeto Ruas que Falam. A iniciativa do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) faz um exercício de escuta, formação e de encaminhamento à empregabilidade com pessoas em situação de rua. A ação aconteceu nas dependências do recém-inaugurado Centro Integrado da Justiça Social (Cijus), localizado no Centro de João Pessoa. A perspectiva é que os encontros aconteçam semanalmente, em todas as terças-feiras.
No primeiro dia, 14 pessoas participaram, em um movimento que contou com a parceria do Centro POP e o RuArtes, ambos da Prefeitura Municipal de João Pessoa. A etapa de acolhimento foi iniciada com uma dinâmica que buscou entender os sonhos e desejos dessas pessoas, em um momento de troca que despertou a emoção de todos, inclusive dos servidores da Assessoria de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (Aspros), que estão à frente do projeto.
Na sequência, foram apresentados os objetivos do projeto, bem como a política da Aspros e da gestão atual, tendo em vista o fortalecimento das questões ligadas à diversidade e inclusão. Após uma pausa para o lanche, foi apresentada uma cena do filme “O Auto da Compadecida”, de Guel Arraes, que adapta uma série de textos do paraibano Ariano Suassuna. A partir da cena em que Jesus, Nossa Senhora e o Diabo julgam o destino dos personagens da obra, o público presente pôde fazer uma reflexão e compartilhar as situações de dificuldade que eles enfrentam cotidianamente.
O Ruas que Falam se divide em três etapas. Neste primeiro momento, estão sendo realizadas ações de acolhimento, com escuta individual e coletiva, conduzidas por assistentes sociais e psicólogos do TRT-13. Depois, serão promovidas ações voltadas para oferta de serviços socioassistenciais, com o auxílio das instituições parceiras que atendem no Cijus. Por fim, o objetivo é promover uma etapa de formação, que inclui a construção de currículos, oficinas de artesanato, oratória, e encaminhamento para demais projetos desenvolvidos pela Aspros.
“O que nós visualizamos é que esse projeto precisa ser algo contínuo. Primeiro, porque estamos compreendendo a especificidade do público. Todas as terças-feiras, teremos ações dentro do Cijus. Eles poderão ser encaminhados a outros projetos e programas. Hoje, já entendemos que uma das mulheres presentes no encontro pode participar da próxima edição do Programa Empregabilidade na Diversidade, uma formação profissional mais longa”, pontuou a assessora da Aspros, Jamilly Cunha. Por sinal, na mesma manhã, a participante supracitada foi atendida pela Defensoria Pública da Paraíba, que oferece seus serviços no próprio Cijus.
O propósito é pensar em ações que levem em conta os anseios das pessoas em situação de rua, pensando nas necessidades e adequando as atividades de acordo com elas. “Queremos ouvir o que essas pessoas têm a falar e construir junto com elas, valorizando suas trajetórias, as formações que essas pessoas têm. Há potencialidades ali, sempre norteados pelo propósitos e objetivos de vida que cada um tem. Sair dessa situação de vulnerabilidade e ter uma vida digna é a meta e vamos contribuir para isso a partir da oferta desse espaço de escuta e de formação, além do encaminhamento para os processos seletivos do mercado de trabalho”, completou Jamilly.
André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13