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“Ruas que Falam”: TRT-13 divulga relatório de projeto voltado a pessoas em situação de rua centrado em ações que viabilizam oportunidades para trabalho digno e cidadania

Principais ações do projeto aconteceram no Centro Integrado da Justiça Social (Cijus)
publicado: 26/12/2024 16h29 última modificação: 25/02/2025 11h50

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O Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) divulga relatório sobre o projeto "Ruas que Falam", com foco na população em situação de rua. O projeto surge da necessidade de realizar ações de inclusão e promoção dos Direitos Humanos com este público, em consonância com a Resolução n° 425/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de respeitar os marcos legais brasileiros e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. 

O principal objetivo do “Ruas que Falam” é oferecer perspectivas aos cidadãos que vivem neste contexto, com cursos profissionalizantes, visitas a instituições públicas, atividades formativas e momentos de ludicidade, reflexão e acolhimento. Iniciado em novembro de 2023, o projeto Ruas que Falam acontece por meio de uma parceria entre o Regional e o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), da Prefeitura Municipal de João Pessoa.

11.pngAs ações foram executadas pelos servidores da Assessoria de Projetos Sociais e Promoção de Direitos Humanos (Aspros) do TRT-13, principalmente nas dependências do Laboratório de Inovação Social (LIS), localizado no primeiro andar do Centro Integrado da Justiça Social (Cijus), no Centro de João Pessoa.

Em março, os integrantes do "Ruas que Falam" participaram do Curso “Pães e Pizzas”, organizado pela Associação Recreativa Cultural (ARC), com apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de João Pessoa (Sedest). Já em abril, os participantes conheceram técnicas para produção de salgados em um curso oferecido pela M Dias Branco em parceria com o Centro Comunitário Bom José (CBJ) e a Central Única das Favelas (CUFA).

Entre os meses de maio a agosto, na Escola de Gastronomia do Senac, aconteceram aulas de formação de gastronomia, que incluíram noções fundamentais de cozinha e cozinha básica. Na primeira aula, os participantes aprenderam diversos cortes de legumes e de peixes e fizeram 4 preparações: moqueca, mujica, tempurá de legumes com camarão e ceviche. No decorrer das aulas, eles fizeram frango xadrez, salada de maionese e batata palha e, também, aprenderam a reproduzir o cardápio com mais agilidade e melhorar a dinâmica na cozinha.

Outro curso oferecido aos participantes do “Ruas que Falam” foi o de Português Básico, ministrado no Cijus desde abril pelo professor do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Erivan Júnior, com carga horária de 26 horas-aula. As aulas de noções de Matemática, iniciadas em maio, também foram concluídas no mesmo mês. Elas foram conduzidas pela professora Clarineide Batista e pelo professor José Wilkinson, ambos do IFPB, e tiveram carga horária de 32 horas-aula. As formações foram importantes para o melhor aproveitamento do conteúdo passado no curso, bem como para o encaminhamento à empregabilidade.

8.pngA arte é uma poderosa ferramenta de transformação social e de estímulo às subjetividades. Por isso, desde o final de março, os participantes do Ruas que Falam tiveram aulas de teatro com a atriz Letícia Rodrigues. A oficina, que se estendeu até o mês de dezembro de 2024, trabalhou situações do dia-a-dia, como uma entrevista de emprego, para ajudar os integrantes do projeto a se comunicarem de maneira eficiente. 

Dentre as atividades desenvolvidas nas aulas, o grupo também ensaiou um texto baseado no clássico “Auto da Compadecida”, escrito por Ariano Suassuna. A dramaturgia desta peça foi desenvolvida pelo presidente do TRT-13, desembargador Thiago Andrade, com adaptação de Letícia Rodrigues.

Como forma de proporcionar experiências que os ajudem a mergulhar neste universo, o Ruas que Falam levou parte do grupo de teatro formado por pessoas em situação de rua para a Imagineland, um dos maiores eventos de cultura nerd e geek do Brasil, realizado no fim de julho no Centro de Convenções de João Pessoa.

Eles puderam participar do painel sobre “O Auto da Compadecida 2”, que estreia no fim deste ano, com a presença dos atores Selton Mello, Virginia Cavendish e Matheus Nachtergaele, além do produtor executivo e neto de Ariano Suassuna, João Suassuna, e da diretora Flávia Lacerda, que codirige a sequência ao lado de Guel Arraes. Durante o painel, foram exibidas cenas inéditas da produção, experiência que pode servir de inspiração para os participantes do projeto do TRT-13.

A oferta de cursos profissionalizantes também é uma das ações realizadas na esfera do programa. Em agosto, os participantes do Ruas que Falam concluíram uma série de cursos oferecidos pela Agência de Inovação Tecnológica de João Pessoa (Inovatec-JP). As aulas presenciais começaram em julho, acontecendo sempre na Sala de Treinamentos do LIS, no Cijus, às quintas-feiras. Foram oferecidos cursos na área de empregabilidade, indo desde informática básica, Google Workspace e Canva, até empreendedorismo, ensinando a formalizar seu negócio, mexer com ferramentas como PowerBI e Excel, além de oficinas de alimentação saudável, educação financeira, dentre outros.

No mês de novembro, a iniciativa foi apresentada durante o I Encontro Nacional do PopRuaJud, no eixo Moradia e Empregabilidade, e, após avaliação de especialistas, o “Ruas que Falam” foi aprovado, por unanimidade, como uma Boa Prática a ser desenvolvida por outros Tribunais. Na mesma época, o Padre Júlio Lancellotti, referência nacional em ações voltadas a pessoas em situação de rua, conheceu o projeto e o recomendou. 

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Resultados concretos
Desde o início do projeto, pelo menos 72 pessoas já passaram pelo "Ruas que Falam", com aulas de formação, cursos profissionalizantes, momentos de acolhimento, aulas de teatro, oferta de serviços e outras vivências que buscam não apenas formar profissionais, mas oferecer cidadania e dignidade humana. 

Até agora, cinco participantes conseguiram inserção no mercado de trabalho, sendo contratados para serviços diversos. Também 20 deles foram encaminhados para entrevistas de emprego, seis foram encaminhados para casas de acolhimento institucional, quatro para tratamento de saúde e um conseguiu retornar ao convívio familiar, do qual estava há anos afastado. Além disso, um participante ingressou para o curso de graduação em administração na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e outro se tornou membro do Comitê Estadual de atenção às pessoas em situação de rua como representante da população em situação de rua.

Todos os participantes foram encaminhados para regularização de documentos e foram certificadas em cursos de formação, totalizando mais de 200 horas de capacitação em áreas variadas.

Para a realização do Ruas que Falam, o TRT-13 conta com serviços parceiros da Prefeitura Municipal de João Pessoa, que incluem o Projeto Chega Junto, três casas de acolhimento institucional e, principalmente, o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), que funciona como porta de entrada dos participantes.

Confira o relatório completo do "Ruas que Falam" projeto do TRT-13 voltado a pessoas em situação de rua.

#PraTodosVerem: A matéria tem quatro fotos. A primeira é a da capa do relatório do projeto “Ruas que Falam”, na qual aparece um dos participantes da iniciativa de costas com a mão levantada. Na parte inferior da imagem, estão as logomarcas do TRT-13 e da gestão “Diversidade, inclusão e sustentabilidade”. A segunda foto mostra participantes do projeto durante uma aula ministrada pela assessora da Aspros, Neide Dias. A terceira foto mostra os participantes do projeto em uma aula prática de culinária, mais especificamente do curso de salgados. A quarta foto mostra os participantes do projeto na última aula do professor de português do IFPB. Todos seguram o livro “Equidade de gênero e diversidade sexual no currículo escolar” em mãos.

Assessoria de Comunicação Social TRT-13