Evento Inova TRT-13: dois dias de aprendizado e troca de ideias sobre o futuro da Justiça

"Inovação não é um luxo, é uma necessidade". Foi assim que o juiz de Direito, Esdras Silva Pinto, do Tribunal de Justiça de Roraima, enfatizou a necessidade de reinventar a rotina de trabalho na Justiça brasileira. No segundo dia do evento do curso de capacitação “Inovação e inteligência artificial como ferramentas de modernização da Justiça”, promovido pelo TRT-13 e pela EJud, a Escola Judicial, nos dias 4 e 5 de fevereiro, todo de forma online.

Na manhã da última sexta-feira, durante aproximadamente três horas, o juiz Esdras Pinto falou sobre "Justiça Digital Brasileira: um breve panorama”, dando exemplos de como a Justiça tem se transformado, ganhando mais agilidade, usando a tecnologia a favor da eficiência. “A Justiça Digital já promoveu verdadeira redução do custo da jurisdição para o cidadão e para o Estado, na medida em que torna mais eficiente a tramitação processual, elimina etapas meramente burocráticas, reduz a ocorrência de erros humanos e reduz a necessidade de deslocamentos dos cidadãos aos prédios dos Tribunais. Tudo isso facilita o acesso à justiça, gerando simplicidade, comodidade, segurança e transparência na prestação jurisdicional”, disse o juiz.

Depois de uma breve pausa na hora do almoço, o turno da tarde foi para que os cerca de 80 participantes pudessem aprender mais sobre “Legal Design e outras tendências”, tema do curso do professor de Direito e palestrante Cláudio Lucena. “Por que a gente não inova mais em direito? Porque a gente já foi treinado daquele jeito pra resolver. Mas é preciso pensar “fora da caixa”, tentar soluções inovadoras. E Legal Design é justamente isso: soluções jurídicas centradas no usuário”, afirmou Cláudio.

O juiz André Machado, coordenador do Programa Inova, ressaltou o quanto esse ano da pandemia serviu como exemplo de que é possível, sim, se reinventar na Justiça. "O que é preciso é se reconstruir além desses momentos de risco. É preciso pensar em soluções criativas que possam nos ajudar no dia-a-dia”.

No curso, Cláudio Lucena reforçou que criatividade é puro exercício, é se perguntar o que pode ser feito de forma diferente para melhorar o que fazemos já muito bem. Ele fez algumas atividades com os participantes, principalmente demonstrando o quando a escrita feita de forma clara, direta, pode atingir melhor os objetivos também na Justiça. “Isso deve ser exemplo de como é difícil escrever pouco e comunicar o que é necessário. Apesar das dificuldades, é um caminho necessário a ser construído cada vez mais”.

Participantes celebram resultados

Marcelo Moura, coordenador do NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica), ficou feliz com o resultado desses dois dias de curso e palestras. "O evento é um marco na história do Tribunal. O TRT se compromete, através do lançamento do programa e criação do Labor (Laboratório de Inovação) em inovar na prestação do serviço público, reconhecendo que soluções tradicionais não vão resolver os desafios atuais e nos coloca no caminho para desbravar esse universo de novas possibilidades que a Inovação pode nos trazer.

Conforme foi dito pelos três palestrantes do evento, o engajamento e participação de todos que fazem parte do TRT-13 é essencial para que realmente seja possível criar soluções inovadoras que mudem a forma como prestamos serviço público e principalmente que nos aproximem da sociedade".

Outra participante do curso foi a juíza Francisca Poliana. Ela se surpreendeu com os temas das palestras e disse que a participação de todos nessa construção do futuro da Justiça é necessária. “Um exemplo disso é que inicialmente, achei que o tema Legal Design estava ligado ao futuro, mas hoje, durante o curso do professor Cláudio Lucena, percebi que ela já é uma realidade e nossa aproximação com ela é urgente! O TRT-13 está de parabéns pelo Programa Inova e pelas abordagens que nos foram apresentadas nestes dois dias de evento. Tenho certeza que foi um momento único de muito aprendizado para todos nós, finalizou a juíza.

Débora Cristina