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Burnout e estresse: impactos do trabalho na saúde mental do trabalhador são debatidos em simpósio

Evento foi promovido pela Ejud em parceria com o Programa Trabalho Seguro na última sexta (28)
publicado: 02/05/2023 14h48 última modificação: 04/05/2023 07h56

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Trabalho sustentável, gestão do estresse e síndrome de burnout foram alguns dos temas abordados durante o Simpósio sobre Trabalho Seguro e Saúde Mental do Trabalhador, ocorrido na última sexta-feira (28) no auditório do Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região). O evento, realizado pela Escola Judicial do TRT-13 em parceria com o Programa Trabalho Seguro, provocou reflexão nos participantes, chamando a atenção para os impactos que o excesso de trabalho pode causar na saúde mental.

A juíza do trabalho e vice-diretora da Ejud, Larissa Leônia Albuquerque, enfatizou que o simpósio promoveu um momento de muito aprendizado. “Espero que possamos levar esses ensinamentos para nossas unidades, casas, familiares e amigos. É preciso estar sempre atento”, afirmou. Por sua vez, a juíza Rafaela Queiroz de Sá e Benevides, que é uma das gestoras regionais do Programa Trabalho Seguro, disse que “todos saímos melhores com os aprendizados do simpósio”.

O professor Cláudio Brunoro, um dos fundadores do Instituto Trabalhar, ministrou palestra sobre a relação entre trabalho e saúde mental, discutindo a possibilidade do “trabalho sustentável”, que diz respeito ao quanto uma instituição promove ambientes favoráveis para que as pessoas se sintam úteis e possam manifestar suas virtudes e habilidades no trabalho desempenhado. “Antigamente, meu pensamento era ‘trabalhar demais mata’, mas hoje entendo que o que mata é o trabalho sem sentido, que nos faz perder o sono e leva a lugares desinteressantes na vida. O trabalho saudável tem a ver com o sentido das coisas”, analisou.

Por sua vez, a doutora em psicologia Yana Thamires Mendes abordou a síndrome de burnout e a dificuldade não só em diagnosticar o paciente, mas em fazê-lo buscar o tratamento adequado. Entre os sintomas listados pela palestrante que são “sinais vermelhos” para a síndrome, estão infecções de repetição, doenças de pele, gastrite de repetição, dores musculares, alteração dos batimentos cardíacos, falta de energia ao fim do dia, dores de cabeça/crises de enxaqueca, alterações de humor, irritação, agressividade, dificuldade de concentração, entre outros. 

“A doença física atrapalha a detecção do burnout porque materializa o adoecimento e tira de vista a causa da doença. Devemos usar esses sintomas para investigar. É necessário nos mantermos alertas sobre nosso corpo e saúde. Muitos têm dificuldade em aceitar o diagnóstico porque se sentem fracos, envergonhados e culpados”, comentou, acrescentando a importância da gestão do estresse. “Além de mudanças no estilo de vida, recomendo aos pacientes incluir um momento de prazer na rotina. Pode ser a leitura de um livro, fazer uma pausa para um café, ouvir uma música que gosta ou fazer meditação, por exemplo. O importante é fazer disso algo diário, não algo que seja a recompensa pelo cumprimento de uma meta”, salientou.

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Trabalho é feito por pessoas

O juiz do TRT-9, Leonardo Vieira Wandelli, abordou a necessidade de focar nas pessoas que fazem a justiça, em vez de olhar apenas para os números quantificados anualmente. “O ‘Justiça em Números’ é a radiografia do Poder Judiciário e é importante porque contabiliza as estatísticas e traz um aspecto positivo de racionalização da gestão do judiciário. Mas é preciso lembrar que se trata de uma ferramenta e, portanto, precisamos refletir sobre o impacto desse modelo de gestão sobre o trabalho vivo e corporal das pessoas que dedicam suas histórias, empenho e habilidades para fazer justiça. Por isso, em contraste com o ‘Justiça em Números’, penso em ‘Justiça em Corpos’”, pontuou.

Seguindo raciocínio semelhante, a juíza do TRT-13, Mirella Cahú, comentou sobre o reflexo da sociedade e os deslocamentos dos tipos de adoecimento relacionados ao trabalho. Conforme relatou, a segunda maior causa de afastamento do trabalhador pelo INSS está relacionada aos transtornos mentais, mesmo levando-se em conta a subnotificação. "É mais fácil apresentar um atestado médico para uma gripe ou ansiedade generalizada?”, questionou. “Quero propor que trabalhar é, também, viver junto. Precisamos ter um olhar afetivo em relação ao colega de trabalho e perceber seu humor e outras transformações no comportamento. Precisamos direcionar o olhar para as pessoas. Os números são resultados de exercício de atividade, mas não refletem tudo o que o ser humano compromete. Não podemos reduzir o trabalho a números. As pessoas são bem mais complexas”, alertou.

Veja outras fotos do evento: 

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Celina Modesto
Assessoria de Comunicação Social TRT-13