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Com palestras e atrações culturais, TRT-PB celebra Dia Nacional de Tereza de Benguela

Data também comemora o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
publicado: 25/07/2025 17h36 última modificação: 25/07/2025 18h14

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Celebrar a força da mulher negra e rememorar a luta de um grande símbolo de liderança quilombola com muita reflexão e cultura. Este foi o objetivo do evento promovido nesta sexta-feira (25) pelo Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela.

O evento, promovido por meio do Comitê Gestor de Igualdade de Gênero, Raça e Diversidade do Regional, com apoio do Credjust, da Astra-13 e Sindjuf, aconteceu no auditório do Tribunal Pleno do TRT-PB. Durante a abertura, a desembargadora-presidente, Herminegilda Leite Machado, destacou estatísticas que demonstram a condição difícil da mulher negra no Brasil. O Atlas da Violência 2023 mostra que mulheres negras representam 67% das vítimas de feminicídio no país e, segundo o IBGE, mulheres negras recebem, em média, 44% menos do que homens brancos, mesmo com escolaridade equivalente.

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“Essas estatísticas mostram que a exclusão das mulheres negras é mantida por um pacto social invisível, que Cida Bento denomina ‘pacto narcísico da branquitude’. Esse pacto mantém o silêncio, a omissão e a naturalização das desigualdades raciais, garantindo a perpetuação do racismo estrutural. Além disso, a história oficial do Brasil silencia as trajetórias das mulheres negras que foram líderes, intelectuais, trabalhadoras e militantes”, avaliou.a sequência, a juíza Rosivânia Gomes, que é co-gestora do Comitê e ingressou na magistratura do Trabalho há 25 anos, enfatizou sua história de vida e contou que é filha de mãe negra e pai negro, sendo ambos descendentes de pessoas escravizadas. “Hoje ainda há muitas ‘Terezas de Benguela’ por aí. São elas que queremos chamar aqui e dar visibilidade. E eu preciso estar aqui porque quero ser espelho para todas elas”, frisou.

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Debates enriquecem evento  

As palestras da pesquisadora e professora da UFPB, Danilla Aguiar, da cineasta e produtora cultural Carine Fiúza, e da multiartista Arlinda Trindade, debateram as múltiplas vivências da mulher negra no Brasil. 

Para Arlinda Trindade, a transversalidade é um traço marcante de sua história. “Além de ser mulher negra, imagine uma travesti negra? Quando unimos essas características, deixamos de ser esquecidas e passamos a ser silenciadas. Muitas histórias não são contadas e, antes da luta, vem muito sofrimento. Então, em vez de pautar o sofrimento, que ainda passamos, precisamos transformar nossas falas em glórias e lutas futuras”, ponderou.

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A cineasta e produtora cultural Carine Fiúza participou do evento e exibiu o filme “Odò Pupa, Lugar de Resistência”, gerando muita reflexão. “Eu estudei na UFPB o curso de Rádio e TV e, nesse processo, entendi que minha maior contribuição profissional para a comunidade brasileira como um todo seria um empenho em trazer novas discussões a respeito do audiovisual e da representação negra nele. Desde 2016 pesquiso o cinema negro aqui no Brasil”, contou.

Por sua vez, a professora Danilla Aguiar, que leciona no curso de Ciências Sociais da UFPB, trouxe a história de duas mulheres importantes para o pensamento negro no Brasil: Tereza de Benguela e Lélia Gonzalez. “Enquanto Tereza, por sua história de luta e resistência, é símbolo de liberdade, organização e protagonismo negro feminino, Lélia Gonzalez foi uma intelectual fundadora do Movimento Negro Unificado, tendo denunciado o racismo e o sexismo na sociedade brasileira”, pontuou.

Ainda durante o evento, houve a apresentação de carimbó do grupo Dandara, da Associação Beneficente das Comunidades Remanescentes do Quilombo dos Palmares, e a performance do grupo de teatro do TRT-PB, Justiça em Palco, com a peça “O impacto do empoderamento feminino”.

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O que se comemora?

No 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. 

Em 1992, mulheres de todo o continente reuniram-se no Primeiro Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe para dar visibilidade às pautas específicas contra o racismo e o machismo. Já em 2014, o Dia Nacional de Tereza de Benguela foi instituído em homenagem à líder quilombola do Quilombo do Quatiretê, em Mato Grosso, símbolo de resistência e liberdade. Ela liderou o quilombo por mais de 20 anos e criou um um sistema político próprio com conselho deliberativo e comércio.

No TRT da Paraíba, nosso compromisso é promover igualdade racial e de gênero, garantindo acesso justo ao trabalho, ações afirmativas e combate a todas as formas de discriminação. Juntos, construímos um ambiente laboral inclusivo e de respeito.

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Denuncie

É possível, para os servidores(as) e magistrados(as) do Regional paraibano denunciarem casos de racismo no ambiente institucional por meio de um formulário criado pelo TRT-PB.

Assessoria de Comunicação Social do TRT-PB
acs@trt13.jus.br