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Cuidado psicológico com os cuidadores e acessibilidade para autistas são abordados durante evento no TRT-13
“Cuidar de quem cuida é fundamental para o desenvolvimento e evolução das pessoas neurodivergentes”. Este alerta foi feito pela psicóloga Danielle Sousa na última terça-feira (11) durante o lançamento do Programa Antiestigma, do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região). O evento, promovido pela Coordenadoria de Saúde (CSaúde) com apoio da Escola Judicial, teve o objetivo de levar a temática da saúde mental para discussões abertas aos servidores, magistrados e público externo.
Para isto, foram realizadas duas palestras que discutiram o tema “Transtorno do Espectro Autista: mais informação, menos preconceito”. Uma delas foi ministrada pela psicóloga Danielle Sousa, que tratou da “Importância da atenção aos pais e familiares - cuidando de quem cuida”. Segundo enfatizou, a sobrecarga, os estigmas e os estereótipos, que muitas vezes são lançados sobre os pais e cuidadores de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), tornam a jornada mais difícil.
“Os pais passam por um processo de luto, que é o do filho idealizado, e precisam ser acolhidos nesse momento. Com isso, a oportunidade de estar em um evento primoroso como o programa lançado pelo TRT-13 nos proporcionou expandir a informação sobre o Núcleo de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista (NATEA), que consiste em acolhimento, apoio psicológico, o autoconhecimento e cuidado com quem cuida das pessoas neurodivergentes”, explicou.
De acordo com a psicóloga, o Natea é um grupo de apoio gratuito aos pais e cuidadores que acontece na Clínica de Saúde Uninassau JP. Os atendimentos são realizados nas quinta-feiras à noite e segundas à tarde.
Vivências - Por sua vez, a juíza substituta do TRT da 5ª Região, Adriana Manta da Silva, abordou o tema “Autismo e Acessibilidade: Experiência pessoal e maternidade atípica”. Durante o que considerou um bate-papo, ela tentou aliar informação e esclarecimento aos seus relatos enquanto mãe de uma criança autista. Dessa forma, a magistrada trouxe conceitos centrais sobre o TEA e esclareceu sobre a importância do diagnóstico.
“Tratei mais do nível um porque são crianças e adultos que, embora com maior nível de autonomia e convívio social, ainda assim precisam de adaptações e passam por uma série de dificuldades e situações concretas que têm de lidar diariamente. É importante que nós, enquanto pessoas neurotípicas, possamos compreender isso para saber como lidar com pessoas com TEA”, enfatizou.
Para a psicóloga do TRT-13, Rosane Melo, as falas foram muito esclarecedoras e emocionantes, pois remeteram a situações concretas, a partir das próprias vivências. “Elas tocaram em pontos importantes sobre ter uma rede de apoio para os cuidadores e familiares, assim como desmistificaram alguns preconceitos sobre o autismo. Achei que o público se mobilizou com a forma como o tema foi abordado”, relatou.
Durante o evento, os participantes receberam o Manual de Estimulação para pais e cuidadores de pessoas com TEA. O próximo evento relacionado ao programa será sobre o tema “Saúde Mental: história, preconceitos e possibilidades de cuidado”, no dia 19 de maio. O Programa Antiestigma é encabeçado pelo setor de Psicologia da CSaúde e traz uma programação repleta de debates interessantes envolvendo o assunto. Trata-se de uma ação que se alinha ao Movimento Mente em Foco, do Pacto Global da ONU no Brasil, o qual o Regional estabeleceu compromisso no início deste ano.
#PraTodosVerem: na foto desta reportagem aparecem as duas palestrantes do evento.
Celina Modesto
Assessoria de Comunicação Social TRT-13