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Empregabilidade na Diversidade oferece escuta psicológica, serviços de cidadania e oficinas

Participantes da primeira turma do programa, formada por pessoas trans, iniciam fase de formação profissional nesta quarta-feira (5)
publicado: 06/07/2023 16h43 última modificação: 13/07/2023 10h57

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Participantes fizeram uma escuta coletiva com a Casulu

O Programa Empregabilidade na Diversidade, voltado para pessoas trans e idealizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região), encerrou nesta quarta-feira (5) sua primeira fase, a de acolhimento, com uma palestra sobre trabalho seguro com a juíza do trabalho e gestora regional do Programa Trabalho Seguro, Rafaela Benevides. 

A magistrada apresentou os conceitos de um trabalho digno, seguro e decente, tirou as dúvidas das pessoas participantes do programa e propôs uma reflexão conjunta sobre como analisar as oportunidades do mercado de trabalho com critério. “Por mais que todos precisem de dinheiro para pagar as contas, não dá para aceitar qualquer trabalho, especialmente aqueles que podem causar danos sérios à saúde física e mental, que não ofereçam segurança ou recursos básicos para sua realização”, salientou.

A partir da segunda-feira (10), começa a etapa de formação profissional, com o curso de auxiliar de hotelaria, ministrado pelo IFPB. Depois, será a vez do curso técnico de auxiliar de cozinha e cumin, promovido em parceria com a seccional paraibana da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

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A juíza Rafaela Benevides apresentou aos participantes o Programa Trabalho Seguro

Nos últimos dias, as 20 mulheres e homens trans participantes do projeto tiveram acesso a diversas atividades. Na quinta (29) e na terça-feira (4), foi realizada uma escuta coletiva com os profissionais Lucas Braz e Matheus Lima, do coletivo Casulu, formado por psicólogos. O objetivo foi ouvir as demandas e as questões dos participantes do programa, que busca promover a inclusão no mercado de trabalho e a garantia de direitos humanos.

A escuta coletiva foi um momento de extrema importância para o programa, que pôde conhecer melhor as necessidades e os desafios enfrentados pelas pessoas trans no cotidiano. Além disso, a atividade ajudou a própria organização do programa a se tornar ainda mais eficiente na prestação de seu serviço pautado na justiça social.

O Coletivo Casulu oferece também, além de suas atividades regulares, um plantão psicológico gratuito para pessoas trans e de outros grupos em vulnerabilidade social em situação de sofrimento psíquico. O plantão não se trata de psicoterapia, mas sim de um atendimento de urgência, que visa acolher, escutar e orientar as pessoas que procuram o serviço. O plantão psicológico do Casulu funciona na Avenida Epitácio Pessoa, 2055, Empresarial Bel Center, Sala 109, sempre às segundas-feiras, das 18h30 às 21h. O contato para mais informações é o (83) 99102-3291.

Na sexta-feira (30), foi realizada uma oficina online pela manhã com profissionais do TikTok, que apresentaram suas políticas de diversidade e inclusão, além de apresentar os recursos que a ferramenta tem para a disseminação de conteúdo inclusivo. À tarde, foi promovida a chamada Rede de Proteção, em que instituições parceiras do TRT-13 ofereceram seus serviços à população trans.

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Rede de Proteção prestou atendimento às pessoas trans que estão participando do Programa de Empregabilidade

A Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE/PB) ofereceu aos participantes a possibilidade de fazer a retificação da documentação, substituindo o nome registrado no momento do nascimento, também conhecido como nome morto, pelo nome que condiz com a identidade de gênero sinalizada pela pessoa. Com isso, é emitida uma nova certidão de nascimento, totalmente gratuita.

O Programa Cidadão, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (SEDH) também esteve presente, oferecendo a emissão de documentos como o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e também a emissão de RGs com o nome social. Mesmo quem não concluiu o processo de retificação, obtendo nova Certidão de Nascimento, pôde dar entrada em um documento provisório com o nome social, o que traz dignidade e maior segurança jurídica para que os direitos dessas pessoas sejam respeitados.

Outra equipe presente na ação foi a do Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, que possibilita o acesso a diversos programas e benefícios federais, a exemplo do Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Carteira da Pessoa Idosa. Já o Espaço LGBT, do governo estadual, também prestou assistência e forneceu informações sobre as atividades do setor destinadas à população trans.

O Serviço Municipal de Imunização de João Pessoa também esteve presente durante a tarde da sexta-feira no TRT-13, oferecendo diversos tipos de vacinas, não somente às pessoas participantes do Programa Empregabilidade na Diversidade, mas a todos os servidores, magistrados e terceirizados do Regional. Foram aplicadas vacinas dT (contra tétano e difteria), com proteção para hepatite B, tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola), influenza e a vacina bivalente contra a Covid-19, que protege e reduz o impacto de variantes do coronavírus, como a ômicron.

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Serviço de Imunização de João Pessoa também esteve presente no TRT-13, oferecendo diversos tipos de vacinas

O TRT-13 também ofereceu ensaio fotográfico para as pessoas participantes do Programa Empregabilidade na Diversidade, realizado pelo fotógrafo Marcelo Vitório, prestador de serviços do tribunal e responsável pela equipe de fotografia e produção de conteúdo audiovisual da Assessoria de Comunicação Social (ACS). Com essas fotografias, as mulheres e homens trans poderão construir um currículo com tom profissional e atraente para as empresas.

Escrevivências

Na segunda-feira (3), antes de uma palestra sobre empreendedorismo, promovida pelo Sebrae, o assessor de Projetos Sociais e Promoção de Direitos Humanos, o professor universitário Humberto Miranda, promoveu uma oficina com as mulheres e os homens trans participantes do programa com base em um conceito desenvolvido pela escritora mineira Conceição Evaristo, chamado escrevivência.

A partir das vivências e sentimentos contidos em cada um, serão produzidos textos de perspectiva pessoal e subjetiva, com desejos e anseios a respeito do futuro e do significado da palavra esperança para cada uma. O objetivo é apresentar em uma publicação futura um painel com as pessoas participantes do Programa Empregabilidade na Diversidade, amplificando assim suas vozes, questionamentos e protestos a respeito do tratamento que é dispensado a esta parcela da população, bem como evidenciar as potências criativas dessas pessoas.

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13