Evento celebra preservação documental e memória institucional do TRT da Paraíba

Na manhã desta quarta-feira (13), o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região), com apoio da Escola Judicial da 13ª Região (Ejud-13) promoveu o evento “Projeto 40 anos do TRT-13: Arquivos Documentais TRT e UFPB/UFCG/UEPB – Preservação e Memória”, no Fórum Maximiano Figueiredo. A iniciativa da Coordenadoria de Gestão Documental e Memória integra a programação comemorativa pelos 40 anos do TRT-PB, que serão completados em outubro.

O encontro contou com palestras de diversos pesquisadores dos cursos de História das Universidades Federal da Paraíba (UFPB), Federal de Campina Grande (UFCG) e Estadual da Paraíba (UEPB). Os profissionais integram os convênios firmados entre o TRT-PB e as instituições de ensino superior, que têm como objetivo regulamentar a custódia temporária de processos judiciais findos, possibilitando sua utilização como fontes de estudo e pesquisa científica. Estudantes dos cursos de História e Arquivologia da UEPB, UFCG e UFPB participaram do evento, bem como militares do Primeiro Grupamento de Engenharia do Exército Brasileiro.

Enaltecendo o papel das instituições de ensino da Paraíba, a presidente do TRT-PB, desembargadora Herminegilda Leite Machado, abriu o evento, de forma remota, ressaltando a importância do convênio celebrado com o objetivo de preservar a memória. “Essa parceria é uma forma de cuidar do passado e reafirmar nosso compromisso com o futuro. É a ciência, mais uma vez, caminhando lado a lado com a memória. É o saber universitário se alimentando das histórias que passaram por estas paredes. Celebrar os 40 anos do TRT da Paraíba é plantar o que já vivemos, experiências que continuam iluminando os caminhos que ainda vamos percorrer e as histórias que ainda vamos construir, que vamos tecer. Que este encontro, senhoras e senhores, seja produtivo e fortaleça ainda mais nossa missão comum: preservar a memória e promover justiça para todas as pessoas”, enfatizou.

“Preservar a memória, reconhecer e celebrar as instituições e renovar a crença no Tribunal é reafirmar sua importância para a sociedade, especialmente no que diz respeito à justiça social na Paraíba e no Brasil. O trabalho de memória, por meio dos processos e procedimentos do Tribunal, é parte essencial dessa celebração dos nossos 40 anos. É uma forma profunda de homenagear o TRT, estudar sua trajetória, avaliar sua relevância para a sociedade, estar atento às transformações sociais e, ao mesmo tempo, construir uma ponte para o que ainda está por vir”, comentou o diretor da Escola Judicial do TRT-PB, desembargador Leonardo Trajano.

O desembargador Wolney Cordeiro, presidente da Comissão de 40 anos do TRT-PB,  destacou a jornada resiliente do Regional paraibano nessas quatro décadas da instituição.  “O Tribunal passou por momentos difíceis, é importante que isso seja dito. Preservar a memória é também externar exatamente o que aconteceu. Talvez a geração mais nova não saiba do que estou falando, mas os mais antigos certamente saberão. É um Tribunal que venceu nas suas próprias limitações, superou problemas, se soergueu, renasceu. E hoje, posso dizer com convicção que é um órgão do Poder Judiciário que presta serviços relevantes e fundamentais à sociedade brasileira, especialmente à Paraíba”, frisou.

Palestras abordam relevância da preservação da memória

Entre os palestrantes estiveram os professores Tiago Bernardon de Oliveira (UFPB), Luciana Calissi (UEPB) e Luciano Mendonça de Lima (UFCG), além de Arthur Manoel A. Barbosa, doutorando da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Os especialistas abordaram temas como gestão documental, memória institucional e o papel dos arquivos judiciais na produção de conhecimento, com destaque para a relação entre capital e trabalho nos processos analisados.

“História é memória, é fazer justiça. Não há como uma população, um povo, uma sociedade discutir seriamente suas expectativas de futuro sem uma análise profunda e comprometida sobre o passado. E essa análise está sempre atravessada pelos conflitos que vivemos no presente. O passado não é algo que ficou para trás, ele está vivo, presente em nossa mente, nos atravessa, nos provoca angústias. Isso porque temos um compromisso ético com as gerações futuras e uma responsabilidade de acerto de contas com as gerações passadas”, pontuou o professor Tiago Bernardon.

O doutorando da Unioeste, Arthur Manoel A. Barbosa, que pesquisa desde o mestrado a Justiça do Trabalho, finalizou a manhã de palestras mostrando a relevância do Tribunal para preservação dos direitos dos trabalhadores. “O estudo desses documentos possibilita a investigação do que aqui tem se falado desde o início dessa conversa: a memória. A história dos trabalhadores, de homens e mulheres desconhecidos, anônimos, mas que buscavam seus direitos nessa justiça que possibilitou para esses trabalhadores ter essa garantia de que não fossem explorados ao máximo, como o capital possivelmente faria se não existisse uma intermediação dessa natureza”, destacou.

Visitas guiadas

Durante o evento, militares do 1º Grupamento de Engenharia do Exército Brasileiro fizeram uma visita guiada ao Memorial do TRT da Paraíba e puderam conhecer um pouco mais da história do Regional. O Memorial fica localizado no térreo do Fórum Maximiano Figueiredo e conta com um acervo com medalhas, mobiliário usado no Pleno do Tribunal, livros de atas de audiência, livros de ofícios expedidos pelas juntas de conciliação, fragmentos de jornais, certificados e centenas de outros documentos.

As visitas guiadas estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 9h às 14h.

Renata Santos
Assessoria de Comunicação Social do TRT-PB
acs@trt13.jus.br