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Mês das Mulheres: diversidade e falas potentes marcam evento promovido pelo TRT-13 nesta terça (18)

Programação do evento alusivo ao Mês das Mulheres contou com palestra, roda de conversa e apresentação do Programa “Antes que aconteça”
publicado: 18/03/2025 17h26 última modificação: 21/03/2025 08h43

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Em uma manhã de celebração, reflexão e fortalecimento da luta das mulheres, o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) promoveu um evento alusivo ao Mês das Mulheres, nesta terça-feira (18), no Edifício-Sede, em João Pessoa. A programação contou com palestra, roda de conversa e apresentação do Programa “Antes que aconteça” pela advogada e segunda-dama do Estado, Camila Mariz Ribeiro.

 A presidente do TRT-13, desembargadora Herminegilda Leite Machado, abriu o evento destacando que as mulheres não querem um mundo de exclusão dos homens. As mulheres querem, na verdade, um mundo em que elas estejam incluídas. “O Dia Internacional da Mulher é uma data política, é uma data em que a gente deve rememorar, lutar e reafirmar os direitos que foram conquistados e continuar na luta. Quem analisa o mundo atual vê que nós estamos num período de retrocesso, e a gente não quer esse retrocesso, a gente quer o avanço, porque o mundo só será um pouquinho mais igual quando ele for inclusivo, quando ele não enxergar mais a diferença entre homem e mulher”, comentou a presidente.

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A Primeira-dama do Estado, Ana Maria Lins, que tem um trabalho importante junto às mulheres empreendedoras da Paraíba, frisou que a luta por um mundo com direitos iguais para homens e mulheres é de todos. “Eu sei que por trás de cada conquista das mulheres que estão aqui, existe uma história de luta, de superação, de inconformismo, porque muitas podem ter ouvido: esse lugar não é para você, aqui não lhe cabe, mas lugar de mulher é onde ela quiser. Nós não lutamos por superioridade, mas por igualdade, pelas mesmas oportunidades e este é um caminho sem volta”, afirmou a primeira-dama.

Logo em seguida, o TRT-13 lançou a iniciativa "Respeito é Direito: Campanha de Combate ao Assédio e à Discriminação", um passo fundamental na construção de um ambiente mais justo e acolhedor para todas e todos. Uma das ações desta campanha é o fortalecimento da ouvidoria, em especial a Ouvidoria da Mulher, reconhecendo a importância de um canal seguro e acessível para o acolhimento de denúncias e o encaminhamento de soluções eficazes. Foi exibido um vídeo com a desembargadora Rita Rolim, ouvidora da mulher no Tribunal, explicando como funciona a Ouvidoria da Mulher no TRT-13.

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A importância de cuidar de si mesma

Dando seguimento à rica programação, a Dra. Wanicleide Leite, médica ginecologista, sexóloga e terapeuta de casais, fez uma palestra inspiradora sobre “Cuidar de si: como se priorizar sem culpa?”. Em meio às múltiplas responsabilidades que as mulheres assumem diariamente é fácil esquecer da importância do autocuidado. “Se pararmos um momento para refletir que precisamos cuidar da gente, é porque possivelmente esse cuidado não está acontecendo. A gente só para para refletir sobre alguma coisa quando tem algo que não está funcionando. E como se priorizar sem culpa? É também algo interessante para pensar, porque é como se a partir do momento que eu cuido de mim, me priorizo, vem uma culpa junto”, refletiu a Dra. Wanicleide.

A programação ainda tratou da importância de promover espaços de reflexão, luta e fortalecimento das mulheres em diferentes contextos sociais e profissionais na roda de conversa “‘E eu não sou uma mulher?’: Entrelaçando Lutas, Vidas e Identidades”. As convidadas para a conversa foram a desembargadora-presidente do TRT-13, Herminegilda Leite Machado, como mediadora; a ginecologista Wanicleide Leite; a vice-presidente da Coordenadoria Estadual das Comunidades Negras Quilombolas da Paraíba (CECNEQ-PB), Raisa Rodrigues; a gerente executiva de Direitos Sexuais e LGBTQIAPNb+ da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba (Semdh-PB), Laura Brasil; a presidente do Instituto dos Cegos de Campina Grande e professora da UFPB, Adenize Queiroz; a advogada da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), Carla Felinto; a promotora de Justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Rosane Maria Araújo e Oliveira; da procuradora-chefe da União, Íris Catarina Dias Teixeira; e a advogada Adriana Torres Alves de Jesus, que integra a Associação Brasileira das mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ).

A roda de conversa trouxe falas potentes que abordaram do feminismo ao capacitismo. Laura Brasil, por exemplo, trouxe uma importante reflexão para o debate. “O que é, essencialmente, o ser mulher? Ser mulher está num pênis, numa vulva, num peito ou não ter o peito? Quantas mulheres não têm o peito por conta do câncer e se sentem menos mulheres por conta dessa necessidade de remoção ou por uma histerectomia (retirada do útero)?". Ela ainda explicou a frase de Sojourner Truth que empresta o nome à roda de conversa. “Enquanto a gente estava vencendo o processo do apartheid, da escravização e se debatia o feminismo branco, em que as mulheres, senhoras de engenhos, donas de suas vidas domésticas, queriam reivindicar um direito muito legítimo, o voto. Mas, em contrapartida, as mulheres pretas, ciganas, indígenas, quilombolas, afroameríndias, continuavam no regime de opressão e escravização, cuidavam dos filhos daquelas mulheres brancas e sequer eram vistas como sujeitos, como cidadãs” explicou Laura Brasil. 

A psicóloga Raissa Rodrigues trouxe a realidade das mulheres negras e quilombolas e a dificuldade de acesso a direitos básicos. “Somos todas mulheres com direitos iguais, mas não o mesmo acesso a tudo: a educação é diferente, o acesso à saúde é diferente. É até fácil para mim como mulher quilombola que mora numa comunidade no litoral, perto de João Pessoa. Mas é difícil uma mulher quilombola lá no sertão, há quilômetros da cidade e sem o reconhecimento daquela comunidade”, contou.

Outra fala marcante foi a da professora Adenize Queiroz, que tratou do capacitismo e do desafio de fazer com que as pessoas enxerguem para além da deficiência. “O nosso grande desafio enquanto pessoas com deficiência é também sermos reconhecidas como mulheres que estudamos, que trabalhamos, que transamos, que podemos desenvolver um papel ativo e proativo na sociedade se tivermos oportunidades. Então nosso papel é de romper com essa visão capacitista para que homens e mulheres com deficiência possam conquistar novos espaços na sociedade”, destacou.

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Programa Antes que Aconteça

Coube à segunda-dama do Estado e coordenadora estadual do Programa “Antes que Aconteça”, Camila Mariz, encerrar o evento, fazendo uma apresentação do programa que tem como principal objetivo prevenir a violência contra a mulher. "É uma iniciativa muito importante do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, da presidente Herminegilda Leite Machado, promover esse evento. Como mulher, é uma grande alegria termos esse espaço de fala, de trazer as nossas dores, aquilo que nos é caro, aquilo que a sociedade precisa entender: o verdadeiro lugar da mulher, onde ela pode e deve estar", comentou.

"E é uma enorme felicidade apresentar o Antes que Aconteça, porque esse programa vem como uma política pública para reforçar tudo o que tem sido feito pelos direitos das mulheres, seja pelo Governo do Estado, seja pelo TRT ou pelas instituições sociais. É um programa inovador pela sua abrangência e pela sua oportunidade de parcerias", observou Camila Mariz.

#PraTodosVerem: a matéria apresenta quatro fotografias. Na primeira, oito mulheres estão sentadas no palco do auditório do Tribunal Pleno, sendo assistidas por uma plateia lotada. No centro da imagem, a desembargadora-presidente do TRT-13, Herminegilda Leite Machado, uma mulher branca, de cabelos curtos e olhos amendoados, vestindo uma blusa estampada e saia longa preta, aparece falando ao microfone. Na segunda, a primeira-dama da Paraíba, Ana Lins, aparece de costas falando para o auditório lotado no púlpito, vestindo uma blusa de renda e calça rosa. Na terceira foto, a ginecologista Wanicleide Leite, uma mulher de cabelos castanhos curtos, de saia marrom e blusa com estampa de onça, está em pé, diante do púlpito do auditório, em um momento descontraído da palestra, pedindo para que todos da plateia levantem os braços e se espreguicem, ação que é seguida por alguns que estão sentados assistindo à exposição da médica. Na quarta e última imagem, um slide projetado mostra a logomarca do Programa Antes que Aconteça, de combate à violência contra a mulher. Na imagem, em tons de lilás, três mulheres se abraçam. No púlpito, está palestrando a segunda-dama do Estado da Paraíba, Camila Mariz, uma mulher com roupas claras, cabelos loiros de comprimento médio e óculos, sendo assistida por uma plateia lotada de pessoas. 

Renata Santos
Assessoria de Comunicação Social do TRT-13