Você está aqui: Página Inicial > Comunicação Social > Notícias > Prêmio Gertrudes Maria agracia equipes da Idje Imotuntun, competição de inovação do “Aquilomba, Paraíba”
Conteúdo

Notícias

Prêmio Gertrudes Maria agracia equipes da Idje Imotuntun, competição de inovação do “Aquilomba, Paraíba”

Evento realizado no Tribunal Pleno do TRT-13 foi a culminância da primeira etapa do projeto de sustentabilidade e inovação social com comunidades quilombolas
publicado: 02/08/2024 16h34 última modificação: 22/08/2024 11h52

IMG_8101.JPG

O Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) realizou na tarde da quarta-feira (31) a primeira Idje Imotuntun, competição de inovação do “Aquilomba, Paraíba”, projeto de sustentabilidade e inovação social que atende comunidades quilombolas paraibanas. A tarde foi concluída com a entrega do Prêmio Gertrudes Maria, que entregou às melhores redações, vídeos e pitches de projetos de inovação social produzidos pelos participantes do projeto. O nome da maratona, que significa "competição de inovação" na lingua africana iorubá, foi escolhido como uma forma de celebrar a potência dos povos afrodiaspóricos, uma das missões do "Aquilomba, Paraíba".

A tarde começou com a apresentação de um vídeo institucional, produzido pela equipe da Assessoria de Comunicação Social (ACS), sobre a história de Gertrudes Maria, que dá nome à premiação. Ela foi uma mulher escravizada na Paraíba do século XIX, comerciante conhecida, também, como “negra do tabuleiro”. Ela conseguiu comprar a própria liberdade, que lhe foi concedida apenas parcialmente. No entanto, em decorrência das dívidas de seus “senhores”, ela foi incluída como posse, recorrendo, dessa forma, à Justiça para garantir o direito de não ser tida como moeda de troca. Gertrudes se torna, então, símbolo de luta, resistência, força e coragem em uma época em que o simples reconhecimento de direitos para pessoas negras era impossível.

Depois, foi o momento de começar a apresentação dos pitches de projetos de inovação social concebidos pelos representantes dos 12 quilombos participantes do “Aquilomba, Paraíba”: Paratibe, Mituaçu, Matão, Grilo, Pedra D'Água, Mundo Novo, Santa Rosa, Caiana dos Matias, Pitombeira, Lagoa Rasa, Barbosa e Livramento. O projeto foi coordenado pela Assessoria de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (Aspros), que aplicou um questionário por meio da plataforma Kahoot! sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Os três melhores resultados de cada comunidade vieram a João Pessoa.

O evento aconteceu no Tribunal Pleno, no edifício-sede do TRT-13, e foi a culminância de uma ação que começou na segunda-feira (29) com a palestra magna da pedagoga e consultora de inclusão e diversidade nas empresas e Griot da Múcua Consultoria e Assessoria Multidisciplinar, Benilda Brito. No final daquele dia, começaram as dinâmicas propostas pela equipe da “Inspira, Não Pira”, que oferece consultoria e mentoria em maratonas de inovação como a Idje Imotuntun.

Durante toda a terça-feira (30) e a manhã da quarta, eles e os participantes do “Aquilomba, Paraíba” tiveram uma programação intensa, contando ainda com a equipe da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), que participou das mentorias e também forneceu notebooks para complementar os equipamentos à disposição no Cijus para as equipes desenvolverem seus pitches.

Para ajudar a estimular a criatividade e aliviar a tensão de uma maratona tão intensa, programações paralelas também foram pensadas. A Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec) disponibilizou a Sala Google, um espaço com diversos dispositivos interativos, com tecnologias imersivas e com propósito educacional. O servidor Omar Khayam Souza, da ACS, apresentou truques de mágica, ilusionismo e mentalismo, que divertiram ao mesmo tempo em que colocaram os finalistas para pensar.

Este momento no Cijus também foi uma oportunidade para que nossos aprendizes que participaram do projeto Quilombo vai à Nasa, que contemplou a população negra, quilombola, indígena e migrante venezuelana, apresentassem seu projeto, chamado “Jogo da Água”. A iniciativa campeã na dimensão cultural da 1º edição do Prêmio Justiça do Trabalho Sustentável foi desenvolvida para a participação do Nasa Space Apps João Pessoa, maratona de inovação promovida pela Nasa. A equipe ganhou o 2º lugar e aproveitou para compartilhar a experiência, que foi de grande valia para os participantes da Idje Imotuntun.

TUNTUN Premiação-44.jpg

Competição de inovação
A apresentação dos pitches foi feita para uma banca altamente qualificada. Além do bacharel em Direito pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) e especialista em Direito Processual Civil, pela Faculdade Integrada do Recife, presidente do TRT-13, desembargador Thiago Andrade, e da doutora em Antropologia pela UFPE e assessora-chefe de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (Aspros) do Tribunal, Jamilly Cunha, contamos ainda com a pedagoga e Griot da Múcua Consultoria e Assessoria Multidisciplinar, Benilda Brito; com a pós-doutora em Linguagem e Ensino e professora adjunta do Departamento de Educação (CE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Patrícia Rosas; e com a bacharel em Engenharia Mecânica pela UFPB, especialista em Engenharia da Segurança do Trabalho pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP) e gerente de projetos do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação, Brenda Guedes.

Após avaliação criteriosa, em que todos os integrantes da banca apresentaram questionamentos e sugestões para aprimoramento dos projetos, chegamos ao resultado. O terceiro lugar ficou com o quilombo Santa Rosa. A equipe formada por Anny Karoline, Maria Gabriela e Kaylane de Almeida desenvolveram o projeto “Núcleo de Tecnologia Quilombola”, que pretende levar capacitação na área de microinformática para os moradores da comunidade. As três ganharam mochilas da BB Seguros, uma das parceiras da premiação, e uma caixa de som.

A comunidade de Paratibe conquistou o 2º lugar na premiação, com o projeto “Reconecta Quilombo”, da equipe de Isabelly Ramos, Tays Gomes e João Pedro Medeiros. A grande campeã da Idje Imotuntun foi a equipe do quilombo Livramento. Jaqueline dos Santos, Joyce Alves e Ana Paula Marques desenvolveram o projeto “Qualifica Quilombo”, que pretende levar formação profissional para os integrantes da comunidade localizada no Sertão paraibano. Todos os integrantes do 1º e do 2º lugar levam, cada, notebooks e mochilas. A campeã, de Livramento, também receberá R$ 500 da “Inspira, não pira”.

Vídeos e redações

Para garantir uma distribuição equitativa dos recursos entre as comunidades e valorizar todos os inscritos, quem já foi premiado na maratona não acumulou prêmios nas categorias Escrevivências, de redação, e O Chão que Eu Piso, de vídeos.

A banca da categoria Escrevivências avaliou os textos desenvolvidos com base nas vivências dos quilombolas. A proposta toma emprestada a concepção desenvolvida pela escritora negra Conceição Evaristo. O júri foi composto pelas integrantes da banca da Idje Imotuntun, Patrícia Rosas e Jamilly Cunha, acrescido do professor de Letras e Diretor de Cultura do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Erivan Tomé; do cientista agrário, mestrando em Desenvolvimento Regional e educador popular da Associação de Juventude, Cultura e Cidadania (AJURCC), Hélio Silva Barbosa; da juíza do trabalho e cogestora do Comitê Gestor de Igualdade de Gênero, Raça e Diversidade, Rosivânia Gomes; da geógrafa, mestranda em Geografia e gerente executiva de Equidade Racial da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh), Jadiele Berto; do pós-doutor em História, professor de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e referência nacional no campo dos Direitos Humanos, Humberto Miranda; da assistente social e assessora da Aspros, Andrezza Ribeiro; da cientista social e mestre em Antropologia e coordenadora da Aspros, Izabelle Braz; da engenheira civil e pós-graduanda em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho e servidora do TRT-13, Francineide Braga; e da doutora em Antropologia, professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) E pesquisadora de comunidades quilombolas, Jordânia Souza.

A quarta melhor redação, de Jaciara Santos Souza, do Quilombo Mundo Novo, de acordo com o critério de distribuição equitativa estabelecida pela banca, recebeu a terceira premiação. A segunda iria para Jaqueline dos Santos, de Livramento, mas, para atender à regra anteriormente citada, o segundo prêmio da redação foi para a terceira colocada, Renata Barros, de Pedra D’Água. A melhor redação avaliada pela banca foi da comunidade quilombola do Grilo. Rafaela Vitória Soares recebeu a primeira premiação e fez 985,25 de 1000. As três receberam notebooks e mochilas.

A última categoria do Prêmio Gertrudes Maria foi O Chão que Eu Piso, que avaliou vídeos produzidos sobre a vivência dos quilombolas em suas respectivas comunidades. O júri foi composto pelas já citadas Jordânia Souza, Jamilly Cunha, Jadiele Berto e Andrezza Ribeiro, acrescidos do advogado e coordenador jurídico do Centro Estadual de Referência de Igualdade Racial João Balula, João Oliveira; da assistente social e coordenadora do Centro João Balula, Viviane de Esú; do jornalista e social media e da estagiária da Assessoria de Comunicação Social (ACS) do TRT-13, André Luiz Maia e Rebecca Narriê, respectivamente; da antropóloga, mestra em Antropologia na linha de identidade e processos identitários pela UFPE e fotógrafa, Camila Meneghini; e da graduanda em Cinema e Audiovisual pela UFPB, Mariana Inácio Silveira.

No pódio, dois vídeos do quilombo de Paratibe, o único em contexto urbano na Paraíba. Isabelly Ramos ficou em 1º lugar, enquanto Tays Gomes ficou em 2º. Por já terem conquistado uma vitória na Idje Imotuntun, elas não levaram outro notebook, mas tiveram seus vídeos exibidos e aplaudidos pela audiência que ocupou o Tribunal Pleno do TRT-13. O quinto melhor vídeo foi de Alyce Santos, que recebeu a terceira premiação, representando a comunidade quilombola Lagoa Rasa. O quilombo de Caiana dos Matias foi o segundo premiado. Eliane Bento fez um vídeo-depoimento sobre a comunidade, que ficou em quarto lugar. Já o primeiro prêmio da categoria de vídeos foi para o terceiro lugar da competição: Massilene Tenório, representando a comunidade do Grilo.

O Prêmio Gertrudes Maria encerra uma etapa do “Aquilomba, Paraíba”, que continuará a atender mais comunidades neste segundo semestre. Para chegar até esta culminância, o TRT-13 contou com o apoio dos seguintes parceiros: Coordenação Estadual das Comunidades Negras Quilombolas da Paraíba (CECNEQ), Associação dos Servidores do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (Astra13), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano da Paraíba (Sedh), Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh), Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba (Sebrae/PB), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Paraíba (Fecomércio-PB), Associação Nacional para Inclusão Digital (ANID), Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), “Inspira, não pira”, Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec), BB Seguros, Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, Instituto Euvaldo Lodi (IEL-PB), Tresbêdelas, Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP), dentre outras instituições e empresas comprometidas com a Justiça Social.

TUNTUN Premiação-40.jpg

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13

registrado em: