Sessão simulada e vídeo da ministra Delaíde Arantes encerram projeto Jovens Desembargadoras

Doze estudantes, quatro dias, um propósito: aprender, na prática, sobre o funcionamento de um tribunal do trabalho e a função de um magistrado de primeira e segunda instância. O Projeto Jovens Desembargadoras, encerrado nesta quinta-feira (27), reuniu estudantes desde o começo da semana em diferentes ambientes do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) para, de maneira imersiva, proporcionar aprendizado e estimular a busca por uma carreira jurídica no futuro.

Estudantes do ensino médio da Escola Estadual Domingos José da Paixão, de Paratibe, e do curso técnico integrado em Serviços Jurídicos do IFPB, campus Cabedelo, assistiram a palestras, conversaram com juízas e desembargadora, e conheceram espaços como sala de audiência, Pleno do Tribunal e gabinetes de juízes e desembargadores. O encerramento do projeto, que está na primeira edição, teve como ponto alto uma sessão simulada envolvendo todas as participantes em diferentes papéis: como desembargadoras, representante do MPT, advogadas e secretária judiciária.

O presidente do TRT-13, desembargador Thiago Andrade, destacou o feminismo e o quanto a existência da desigualdade em função do gênero não possui uma explicação racional. “Ser feminista é reconhecer que há uma diferença de gênero entre homens e mulheres que gera desigualdade e preconceito e saber que isso não se justifica. Não há explicação lógica para essa diferença. Por isso, é importante não só reconhecer, mas lutar para que essa desigualdade acabe”, afirmou.

De acordo com a assessora-chefe do GDTA em atuação na Aspros, Francineide Dias Braga, o projeto foi um grande desafio para todos os envolvidos, mas tudo foi superado com muita dedicação, trabalho e carinho. “Ficamos surpresos com a desenvoltura de todas as jovens que se dispuseram a dedicar essas quatro manhãs para acompanhar a rotina do nosso Tribunal. Inteligência, alegria, vivacidade, empenho e superação fizeram parte do dia a dia de todas as jovens desembargadoras. Ao final do projeto, todos ficaram imensamente felizes e já saudosos por uma nova edição”, enfatizou.

Sessão simulada aborda trabalho infantil

O secretário geral judiciário, Renan Cartaxo, explicou o caso prático da sessão simulada. “Neste cenário, uma empresa chamada engenho de cana contratou funcionários com idade inferior a 14 anos. Identificando esta situação, a parte, que chamamos de povo, ajuízou uma ação trabalhista contra a empresa requerendo a proibição de trabalho para jovens nesta idade. Na primeira instância, a juíza deu causa favorável ao povo, mas não satisfeita, a empresa recorreu e o processo foi para a segunda instância”, disse.

Após uma simulação bem sucedida, as jovens puderam avaliar a participação no projeto. “Quero agradecer ao TRT pela oportunidade de estar aqui. Foi extremamente gratificante passar esses quatro dias nos aprofundando no meio jurídico. Todos esses dias, ouvimos que somos o futuro do país e temos o dever de lutar para tornar o país mais justo e igualitário. Acredito que esta é sim a nossa obrigação. Agradeço e viva o projeto Jovens Desembargadoras”, afirmou a estudante Evely Nathyely Rodrigues Mangueira, do IFPB.

Por sua vez, a estudante quilombola Jéssica Barbosa de Amorim, que já participou de outra iniciativa do Regional - o projeto Emprega Margaridas -, enfatizou que amou a oportunidade. “Não pensava antes em fazer o curso de Direito, mas depois do ‘Jovens Desembargadoras’ vi que me identifiquei com a área”, comentou.

O projeto tem como madrinha a ministra do TST, Delaíde Arantes, que enviou um vídeo de incentivo às participantes. “Estou muito feliz e lisonjeada de ser a madrinha desse importante projeto. Como diria o escritor Guimarães Rosa, o que a vida quer da gente é coragem. Tenham coragem e sigam seus sonhos”, afirmou, ao contar sua trajetória de vida e busca por melhores oportunidades de trabalho.

Celina Modesto
Assessoria de Comunicação Social TRT-13