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Setembro Amarelo mobiliza setores em campanha de estímulo ao cuidado da saúde mental
Realizado desde 2014, o Setembro Amarelo é um evento promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), que tem como objetivo principal estimular o cuidado com a saúde mental. O dia 10 de setembro é marcado pelo Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, um momento de refletir sobre as causas que levam as pessoas a manifestarem o desejo de morte e como debelar este tipo de pensamento. Este ano, o lema é “A vida é a melhor escolha!”.
A Coordenadoria de Saúde (CSaúde) do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) se mobiliza para reforçar a importância da campanha, enfatizando as ferramentas disponibilizadas pelo setor para auxiliar os servidores e seus respectivos dependentes que estejam passando por algum tipo de problema relacionado à saúde mental.
O psicólogo Aldeny Cavalcanti destacou que os esforços relacionados à pauta são realizados por toda a equipe da CSaúde. A gente precisa falar sempre sobre isso, apontando que há este tipo de ferramenta a seus servidores. Os médicos também estão preparados a perceber a necessidade dos pacientes de um atendimento psicológico”, apontou o profissional.
O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. Na última pesquisa realizada que trouxe números a respeito da questão aconteceu em 2019, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, o que pode elevar este número para a casa do milhão. No Brasil, foram detectados cerca de 14 mil casos na época.
A pandemia de Covid-19 contribuiu para o aprofundamento do problema. É o que destacou o psicólogo da CSaúde, Aldeny Cavalcanti. “A estimativa é que este número tenha aumentado entre 25% a 30% durante o período de isolamento social. Agora, após este período de grande estresse emocional coletivo, a tendência é que os casos de suicídio possam aumentar ainda mais, pois teve quem segurou as pontas durante o período mais crítico e só agora comecem a sentir as consequências deste peso. Por isso, é preciso ter atenção redobrada e reforçar ainda mais esta discussão”, defendeu.
Uma parcela da população que deve ter especial atenção foram os médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde que trabalharam na linha de frente do combate à Covid-19, que apresentaram uma sobrecarga de trabalho e estresse mental que abre caminho para o adoecimento. “Eles enfrentam o burnout, que é o esgotamento motivado pela rotina profissional. Nas avaliações realizadas com os profissionais de saúde, chamou atenção o aumento da incidência de ideias suicidas. É um público que merece especial atenção agora”, argumentou.
O suicídio é um assunto considerado tabu. Há o consenso entre os veículos de comunicação para não noticiar casos relacionados a pessoas que tiram a própria vida, para não estimular o ato. No entanto, para o psicólogo, isso não pode significar a total ausência da discussão. “É preciso falar sobre isso, dar a oportunidade para a pessoa se abrir, falar sobre suas questões, sobre seus problemas. Pode parecer pouco para quem está de fora, mas quem vivencia esse tipo de sofrimento é bastante coisa”, defendeu Aldeny, apontando os mecanismos da saúde pública que podem auxiliar pessoas que passam por essas questões, a exemplo dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
No âmbito do TRT-13, os servidores e seus parentes de primeiro grau podem procurar os profissionais da Coordenadoria de Saúde (CSaúde), com a possibilidade de agendamento de consultas por meio do portal do Regional. “Através do Sistema Integrado de Gestão de Saúde (SIGS), é possível agendar consultas para médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas. É possível escolher os dias e horários dos psicólogos disponíveis e agendar automaticamente. Também é possível enviar um e-mail ou mensagem pelo chat”, pontuou Aldeny Cavalcanti.
A busca por atendimento psicológico e psiquiátrico ainda sofre forte estigma, algo que, na visão do profissional, é preciso ser superado, afinal, o acompanhamento é fundamental para uma melhor qualidade de vida. “Infelizmente, as pessoas ainda têm muito preconceito em relação à saúde mental e a busca por profissionais da área. Ao falar que as pessoas precisam procurar um psicólogo, permanece a mentalidade de que é algo para quem está ‘louco’, mas não é bem assim. Minha prioridade é evitar que o sujeito fique doente, os profissionais de saúde mental precisam agir de maneira preventiva, mais do que remediadora”, salientou.
André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13