Você está aqui: Página Inicial > Comunicação Social > Notícias > TRT-13 completa 37 anos e servidores celebram data relembrando suas trajetórias
Conteúdo

Notícias

TRT-13 completa 37 anos e servidores celebram data relembrando suas trajetórias

Ouvimos os que chegaram há pouco tempo e os servidores que construíram a vida em paralelo ao desenvolvimento do tribunal
publicado: 11/10/2022 10h52 última modificação: 13/10/2022 12h04

Manifestação popular em defesa do TRT-13, em 28 de julho de 1999.jpg
Passeata histórica em defesa do TRT-13 foi realizada em 28 de julho de 1999

Há exatos 37 anos, era criado oficialmente o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região). Por meio da Lei Federal nº 7.324, de 18 de junho de 1985, as unidades paraibanas da Justiça do Trabalho se desmembraram da 6ª Região, sediada em Pernambuco, e passou a trilhar seu próprio caminho. Quase quatro décadas depois, a sede permanece no mesmo local e, embora muita coisa tenha mudado, algo permanece inalterado: a qualidade de seu material humano.

Instituições são apenas paredes erguidas sem utilidade se não tivermos gente circulando por entre elas, dando vida e sentido àquele local. Com o TRT-13, não seria diferente. Presenciando revoluções tecnológicas e de comportamento, os servidores que estão há décadas nos quadros do Regional oferecem sua experiência e expertise à prestação de serviço, repassando toda esta carga de conhecimento às novas gerações de funcionários públicos que chegam periodicamente – e chegarão mais, com a realização de um novo concurso público.

O aniversário de fundação do Regional paraibano é uma ótima oportunidade para conhecermos essas histórias, que apesar de tão plurais, também carregam consigo a satisfação de pessoas que sentem orgulho de integrarem os quadros da Justiça do Trabalho.

Testemunha ocular da História

Um dos servidores que observaram de perto a criação do TRT-13 é Sérgio Augusto Moreira Teixeira, atualmente lotado na Seção de Atendimento da Secretaria de Gestão de Pessoas e Pagamento de Pessoal (Segepe). O servidor, que também é conhecido por estar à frente da Associação dos Servidores do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (Astra13), já atuava na esfera pública e testemunhou o surgimento do Regional.

Sérgio Teixeira (SEGEPE) (1).jpg
Sérgio Teixeira acompanhou a criação do TRT-13 desde o começo

“Na época, existiu uma linha de frente que encampou a luta pela criação de um tribunal do trabalho paraibano”, lembrou Sérgio. A comissão era formada pelos juízes classistas José Dionísio de Oliveira, Antônio Vicente e Expedito Félix da Cruz, que contaram com o apoio do então governador da Paraíba, Wilson Braga, para levar a proposta de criação do tribunal a Brasília.

Os planos iniciais, no entanto, seriam frustrados, já que o ministro do Planejamento da época, Delfim Neto, recebeu o pedido com uma resposta bem diferente do esperado. “Ele afirmou que já estava tudo certo para a instalação do novo tribunal no Rio Grande do Norte, não na Paraíba. Foi a partir desta negativa que o governador da Paraíba intercedeu junto ao então presidente, João Figueiredo, para que fosse batido o martelo e garantida a instalação do TRT na Paraíba.

Sérgio estava nessa primeira leva de servidores. Ao ingressar no tribunal no ano de sua fundação, em 1985, ocupa o cargo de assistente da Diretoria de Patrimônio, que hoje é a Coordenadoria de Material e Patrimônio (CMP) e logo é escalado para o Setor de Pagamento (antiga nomenclatura da Segepe).

Por conta de sua atividade na Astra13, que preside desde 2017, Sérgio Teixeira está em constante contato com o corpo de servidores, tendo uma vivência muito próxima com o TRT-13. “De três em três meses, passo por todos os setores do tribunal, seja na capital, seja no interior, para dar assistência e ouvir os servidores, dando suporte. É da minha personalidade, essa vontade de servir, eu faço com o maior prazer do mundo”, afirmou.

Ameaça de fechamento foi marcante

Um dos servidores que ingressou no TRT-13 em seu primeiro concurso, realizado em 1989, foi José Eduardo Cavalcante de Melo, da Seção de Registros e Demandas de Pessoal, da Segepe. Eduardo, como é conhecido pelos servidores, está há quase 33 anos por aqui e afirma se sentir realizado na função que exerce hoje em dia.

“Eu passei 14 anos cedido ao TRE-PB e lá tive a oportunidade de chefiar o setor do Cadastro de Pessoal. Ao voltar aqui para o TRT em 2016, ocupei uma função correlata e desde então estou auxiliando os servidores nesta área. Gosto de conviver com pessoas, eu me sinto muito bem”, destacou Eduardo.

Um dos acontecimentos que mais ficou gravado em sua memória ao longo dessas três décadas de prestação de serviço à Justiça do Trabalho foi quando ameaçaram fechar o Regional paraibano. Uma Proposta de Emenda Constitucional do então deputado Aloísio Ferreira tinha como objetivo fazer uma reforma do Poder Judiciário, que previa a extinção de diversos tribunais ao redor do país.

Eduardo Cavalcanti (SEGEPE) (2).jpg
Eduardo Cavalcanti acompanhou a passeata história realizada em 1999

Em 28 de julho, houve uma grande passeata, com apoio da sociedade civil e de outros órgãos paraibanos, em defesa do TRT-13. “Aquilo realmente foi marcante para todos. Eu lembro como se fosse hoje, estávamos na passeata que saiu aqui da sede do TRT, passando pela Lagoa e indo em direção ao Palácio do Governo. Servidores, magistrados, todos unidos em uma só causa”, relatou Eduardo.

Outra pessoa que esteve presente neste momento foi a servidora Maria Zilma de Almeida Cardoso Cunha Montenegro, lotada na Secretaria Administrativa do tribunal. “Foi um momento assustador, quando foi cogitada a possibilidade de extinção do Regional aqui da Paraíba. Fomos todos às ruas clamar pela sua existência, foram dias difíceis mas com desfecho vitorioso, graças a Deus”, destacou.

Encontro de gerações

No TRT-13, tradição e modernidade andam na mesma via. Ao mesmo tempo em que há o apreço pela preservação da memória da Justiça do Trabalho na Paraíba, temos setores que estão sempre em busca de soluções inovadoras para resolver os conflitos que o dia a dia do serviço público impõe. Para obter êxito nesses dois aspectos, é preciso contar com a presença de servidores que estão aqui há muito tempo e também daqueles que chegaram há pouco para colaborar com a construção do legado do Regional.

Na Segepe, há um exemplo palpável disso. Eduardo, que já apareceu nesta matéria anteriormente, senta lado a lado com o coordenador de Gestão do Quadro de Pessoal, Fládson Santos. Transferido do TRT da 14ª Região (Rondônia e Acre) há quase dois anos para o TRT-13 e há pouco menos de um ano após ser contemplado com provimento de cargo, o servidor já assume uma posição importante da área de Gestão de Pessoas e afirma se sentir bastante integrado ao ambiente.

Fladson Santos (SEGEPE) (2).jpg
Fládson Santos chegou recentemente ao TRT-13, mas já se sente bastante acolhido

“Eu fui muito bem recebido. Eu digo que se tem um setor que é bom de se trabalhar é este, pois é muito coeso. A carga de trabalho é pesada, mas estamos aqui sempre com um sorriso de orelha a orelha. É um prazer estar aqui. Não me arrependo em momento nenhum de vir para cá, pois a Segepe é como se fosse o coração da administração da instituição, estamos sempre dispostos a ajudar os servidores”, comentou Fládson.

Apesar de serem de gerações diferentes, Fládson e Eduardo demonstram orgulho em prestar serviço para a Justiça do Trabalho, salientando a importância da existência da instituição. “Enquanto existirem trabalhos precarizados e exploração do trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho vai ter sua função e razão de existir. Muita coisa mudou nas relações de trabalho desde a edição da CLT, em 1941, até os dias de hoje, então sempre haverá pautas a serem analisadas e conciliadas pela Justiça do Trabalho”, analisou Eduardo.

Fládson acredita que a sociedade brasileira enxerga a importância da Justiça do Trabalho e isso é o que o motiva a continuar exercendo seu ofício na área administrativa do Regional com satisfação. “A razão de existir do tribunal é buscar o equilíbrio das relações trabalhistas. A gente consegue ver toda a gratidão das pessoas na nossa sociedade em relação à Justiça do Trabalho, um sentimento de gratidão e confiança. É por isso que estamos aqui para mantê-la operante”, completou o servidor.

Paixão pela profissão

Outros dois servidores que estão há menos de dez anos no tribunal e se sentem plenamente integrados são o secretário-geral judiciário, Renan Cartaxo, e a chefe de gabinete da presidência, Marcela Gadelha. Em pouco tempo, ambos conseguiram ascender nas carreiras e ganharam experiência.

Renan chegou em 2015 logo após conseguir uma permuta com outro servidor. “Eu vim do TRT da 6ª Região e logo consegui fazer esta troca com um servidor que passou no último concurso realizado aqui, em 2014”, relembrou. Seu primeiro vínculo com o TRT-13 foi na Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic), mas após uma experiência na Corregedoria do Regional, o servidor começou a perceber uma inclinação a outras atividades no TRT-13.

Renan Cartaxo (SEGEJUD) (2).jpg
Renan Cartaxo chegou ao TRT-13 em 2015 e hoje desenvolve um trabalho importante na 2ª Turma

“Na Setic, passo a trabalhar com o PJe e com a parte negocial, que foi onde eu comecei a verificar que era um caminho que eu gostaria de seguir. Acabei indo para a Corregedoria, dando suporte ao primeiro grau, participando de correições, elaborando documentos e padronização de procedimentos”, recordou. Em 2017, chega então à Secretaria-Geral Judiciária (SEGEJUD), trabalhando com a gestão negocial, agora no segundo grau.

Aos poucos, ao conseguir bons resultados ao utilizar dados estatísticos como meio de aperfeiçoar a gestão e sua produtividade, Renan é alçado ao posto de gestor da SEGEJUD, no início de 2021, durante a gestão do presidente Leonardo Trajano. “Eu vejo o Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região como um tribunal de referência, seja no aspecto da eficiência quanto no aspecto da produtividade, tanto é que nós viemos batemos todas as metas do CNJ, tivemos excelentes resultados no Justiça Em Números deste ano, fruto de muito trabalho junto às Varas do Trabalho, aos gabinetes, em uma parceria com a Corregedoria. Tenho muito orgulho de trabalhar nessa instituição que presta esse enorme serviço para a sociedade”, enfatizou Renan Cartaxo.

A chefe de gabinete da atual presidência, Marcela Gadelha, se emociona ao fazer uma breve recapitulação de seus dez anos de atuação no âmbito do TRT-13. Ainda na graduação de Direito, Marcela não sabia muito bem qual caminho gostaria de seguir dentro das inúmeras possibilidades que a carreira jurídica poderia lhe oferecer. No entanto, o funcionalismo público era uma das rotas que lhe chamava a atenção.

Após atuar no Tribunal de Justiça da Paraíba e no Ministério da Saúde, ela chega à Justiça do Trabalho e logo entende qual seria sua jornada. “Entendi que era exatamente ali nos valores daquela Justiça Especializada que eu gostaria de me firmar. Encantei-me com a grandeza dos objetivos, dos propósitos dessa justiça, e, especialmente com o impacto democrático que ela produz. Agradou-me pensar que a minha atividade, por menor que pudesse parecer, diante do que representa toda a estrutura da Justiça Trabalhista, compunha uma força institucional que labora em função do equilíbrio social e, sobretudo, do progresso, na medida em que se presta a pacificar o antagonismo existente entre capital e trabalho”, refletiu a servidora.

Natural de Sousa, Sertão da Paraíba, Marcela afirma que teve a felicidade de trabalhar na Vara do Trabalho da cidade, a poucos metros da casa que morou durante toda a infância com a família, inclusive seu pai, o advogado Doca Gadelha. “O trabalho foi rico e engrandecedor, seja pelas experiências adquiridas com os colegas veteranos, fossem da execução, audiência, direção de secretaria; ou mesmo agregadas pelo contato com as partes e as suas perspectivas diante do processo do trabalho”, pontuou.

Marcela Gadelha (Gabinete da Presidência) (2).jpg
Marcela Gadelha celebra 10 anos de TRT-13 e se diz orgulhosa de fazer parte deste regional

Três anos depois, foi removida para o Gabinete do Desembargador Leonardo Trajano, onde encontrou espaço para obter ainda mais experiência profissional. “É um privilégio integrar uma unidade que detém verdadeiro compromisso com a prestação jurisdicional, a qual se concretiza, dia após dia, num ambiente deveras amistoso, de absoluta amizade e companheirismo”, declarou. Durante dois anos, atuou como assessora jurídica da vice-presidência e, desde o início de 2021, como chefe do gabinete da presidência. “Completo 10 anos de TRT-13 reafirmando o sentimento de respeito e gratidão por esta casa, de tamanha eficiência e acolhimento”, completou Marcela Gadelha.

Uma segunda casa

Quando passamos a maior parte do nosso dia e, consequentemente, das nossas vidas no ambiente de trabalho, é inevitável que estabeleçamos laços afetivos com aqueles que dividem espaço conosco. Quando o ambiente é acolhedor, é natural que nos sintamos em casa.

Este é o caso das duas servidoras que iremos apresentar agora. Quem anda pelos corredores do edifício-sede do TRT-13 já deve ter se deparado com uma figura extrovertida e sorridente. Trata-se de Rosirene Anísio, ou simplesmente Rose. Vinda do Rio Grande do Norte, ela está no Regional paraibano desde sua fundação, há 37 anos, com a vinda do juiz Tarcísio de Miranda Monte, convocado para assumir o posto de desembargador na ocasião da fundação do TRT da 13ª Região.

Após alguns anos no gabinete do desembargador, Rose passou por diversos setores, a exemplo da Secretaria-Geral Judiciária, a 2ª Turma do Tribunal Pleno, Secretaria Administrativa e outros até chegar, há cinco anos, na Coordenadoria de Arquitetura, Engenharia, Manutenção, Conservação e Limpeza (Caema). Lá, é a responsável por dar encaminhamento a demandas envolvendo iluminação, telefonia e infraestrutura.

Rose Anísio (CAEMA) (2).jpg
Rose Anísio ressalta a alegria de fazer parte da história deste tribunal

Em um ambiente composto em sua maioria por homens, Rose diz ser acolhida no espaço com bastante carinho. “Eu trato eles como irmãos, são companheiros de uma vida toda. Eu já poderia ter saído daqui, me aposentado, mas tenho verdadeira paixão pelo local em que trabalho. Me sinto jovem, com bastante disposição, por que ficaria em casa? Sinto que posso contribuir por muitos anos para o tribunal”, explicou a servidora. Rose gosta tanto do seu ambiente de trabalho que busca participar de outras atividades da instituição, como o grupo de teatro, que apresenta peças temáticas sobre a Justiça do Trabalho.

Quem também está há décadas no Regional é Maria Zilma, que citamos anteriormente. A servidora da Secretaria Administrativa está há 32 anos no setor e também estabeleceu uma relação de afeto com a instituição. “Tenho o prazer de dividir o meu dia a dia com pessoas maravilhosas, que considero amigos/irmãos, sob uma gerência igualmente maravilhosa, todos focados em conduzir da melhor forma os destinos da unidade, aprendendo juntos e dividindo as dificuldades. Costumo dizer que somos uma família e o ambiente de trabalho uma extensão da nossa casa, onde todos desempenham suas atividades com satisfação e alegria”, declarou a servidora.

Estas são apenas algumas das figuras que habitam as dependências da Justiça do Trabalho paraibana. As contribuições que cada uma delas dão estabelecem um ambiente frutífero que tornam possíveis as ações de conciliação entre empregadores e a classe trabalhadora. Se o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba permanece exercendo seu papel fundamental para a sociedade paraibana, é graças a seu material humano. Que venham mais 37, 370 anos de história.

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13