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TRT-13 recebe primeira turma de aprendizes em quase 40 anos de instituição

Ao todo, são 37 aprendizes, sendo 10 contratados pelo tribunal com recursos próprios, e 27 por cumprimento alternativo de cota de aprendizagem de empresas
publicado: 31/08/2023 17h13 última modificação: 07/02/2024 09h18

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Hoje foi uma tarde de alegria para todos que compõem o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região). Não é à toa: é a primeira vez em quase 40 anos de história que o Regional contará com aprendizes em seu cotidiano. A cerimônia de integração dos novos aprendizes aconteceu na tarde desta quarta-feira (30), no Auditório do Tribunal Pleno, na qual o presidente do TRT-13, desembargador Thiago Andrade, e servidores do Regional recepcionaram os novos colegas de ambiente de trabalho.

Antes mesmo de começar uma roda de conversa com as partes envolvidas no Projeto Rede Aprendiz, que viabilizou a aprendizagem no âmbito do tribunal, o rapper Adriel Marcos do Nascimento fez uma apresentação com “Moleque Humilde” e “Mágico Diamante”, ambas músicas de sua autoria. A ideia foi estimular os aprendizes com a presença de um jovem artista. 

O Tribunal contratou, com recursos próprios, um total de dez aprendizes. Além disso, por meio de parceria entre o TRT-13, a Superintendência Regional do Trabalho da Paraíba (SRT/PB), o Serviço Nacional de Aprendizagem (Senac) e o Grupo Nossa Senhora de Fátima (NSF), mais 27 jovens passarão a ser aprendizes no Regional, por meio do cumprimento alternativo da cota de aprendizagem. As empresas que, por diversos motivos, não conseguem cumprir esta cota, realizam a contratação dos aprendizes e o TRT-13 absorve esse pessoal no cotidiano do ambiente de trabalho, enquanto o Senac fornece a formação educacional.

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A concretização da Rede Aprendiz é, para o presidente Thiago Andrade, uma vitória. "Estamos na Semana Nacional de Aprendizagem e nessas ocasiões nós fazemos curso, palestras para falar sobre o tema, e me incomodava falar sobre o assunto sem fazer o dever de casa, falar sobre aprendizagem sem ter aprendizes no tribunal. É a primeira vez, em quase 40 anos de instituição, que temos aprendizes conosco”, enfatizou, emocionado.

O desembargador-presidente também salientou a diversidade presente na sala, com rostos, jeitos, cores, orientações sexuais e políticas distintas, pessoas negras, mulheres e pessoas com deficiência. No entanto, o desafio é maior do que a diversidade. “Existe uma distinção entre diversidade e inclusão. Estamos dando um passo grande ao ter vocês aqui, mas agora temos que fazer a voz de vocês ser escutada, que suas ideias sejam colocadas em prática, para que vocês possam ser quem são aqui dentro. Há uma distinção entre diversidade e inclusão. Diversidade é chamar para a festa, inclusão é chamar para dançar”, completou Thiago Andrade.

Entre os jovens aprendizes, estão quilombolas, indígenas, migrantes venezuelanos, adolescentes em situação de acolhimento, pessoas com deficiência visual e intelectual, negras de periferia e pessoas trans. São jovens que terão a oportunidade de iniciarem suas vidas profissionais por meio da aprendizagem e que, inicialmente, farão cursos formadores no Senac e no Centro Integrado Empresa-Escola (CIEE). Somente após a capacitação, começarão a atuar no Tribunal.

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Ação em coletivo

Em um segundo momento, foi estabelecida uma roda de conversa com os atores que compuseram o Projeto Rede Aprendiz. Além do presidente Thiago Andrade, também estiveram presentes a cogestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem (PCTI), Veruska Sá; da auditora da Superintendência Regional do Trabalho da Paraíba (SRT/PB), Joana D'arc de Sousa; do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Paraíba (Fecomércio Paraíba), da qual faz parte o Senac, Marconi Medeiros; a representante do Grupo Nossa Senhora de Fátima (NSF), Mirtes Nascimento; e de representantes da OAB/PB, MPT/PB e CIEE.

A cogestora do PCTI enfatizou que a ação do TRT-13 contribui para modificar o cenário da aprendizagem do Brasil. “Hoje eu tomei conhecimento de um relatório divulgado pela Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico que colocou o Brasil como o país com a maior proporção de jovens que estão fora da escola e sem trabalhar. É gratificante ver que aqui no nosso estado um passo está sendo dado adiante para ir na contramão do que o relatório tem nos direcionado”, enfatizou a juíza do trabalho Veruska Sá.

A atual gestão do TRT-13 busca expandir o escopo da instituição, estendendo seu campo de atuação para projetos sociais e para a promoção dos Direitos Humanos, o que, na visão da gestora do PCTI, está de acordo com a missão da Justiça do Trabalho. “O Poder Judiciário é regido pelo princípio da inércia, mas no âmbito processual. Não podemos mais relegar ou negligenciar nosso papel de agentes de transformação e principalmente de cidadãos, temos um compromisso social que não pode ser ignorado”, completou a magistrada.

O presidente da Fecomércio, Marconi Medeiros, ao ver a plateia repleta de jovens com vontade e disposição para aprender, enviou uma mensagem de motivação. “Queremos que vocês se dediquem, nós temos um mercado de trabalho que está ávido por pessoas com disposição para o trabalho e com o conhecimento para tornar esses espaços ainda melhores”, apontou.

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Anseios e expectativas

Dentre esses quase quarenta aprendizes, foi possível ver muitos olhos brilhando na plateia. A jovem Edcleide Vasconcelos, de 18 anos, era uma delas. Ela já participou de projetos do TRT-13, como o Emprega Margaridas, e agora está tendo a oportunidade de aprender com os profissionais do tribunal. Para ela, é uma oportunidade única.

“Eu sempre sonhei alto, então quando apareceu essa chance de vir para cá, eu me agarrei a ela. Eu estou aqui para aprender mais e dar o meu melhor. Quero cursar Psicologia ou Direito, então acho que consigo ter mais experiência para Direito aqui no tribunal”, contou a jovem.

Laís Kathleen Nascimento também foi participante do programa Emprega Margaridas, voltado para mulheres pretas, quilombolas e periféricas e a jovem afirma que foi uma oportunidade de conseguir expandir seus horizontes. “Foi uma experiência incrível, onde pude ter várias palestras e cursos de formação, que me fizeram aprender coisas que eu não entendia ou compreendia muito pouco”, relatou.

Agora, como aprendiz do TRT-13, Laís quer abrir portas que ainda não puderam ser abertas por pessoas como ela, de periferia, e colegas de outras minorias sociais. No encerramento da cerimônia, diante da plateia, ela abriu o coração e deu um depoimento emocionante. “Estamos sendo vistos como pessoas importantes nesse país. Estamos sendo ouvidos. É indescritível, meu coração está saindo pela boca. Tenho aqui amigos quilombolas, indígenas, LGBTQIA+, pessoas trans, migrantes venezuelanos… Obrigada, obrigada pela oportunidade”, completou.

Entre os setores do edifício-sede que estão recebendo os jovens aprendizes, estão a Assessoria de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (Aspros), Coordenadoria de Material e Patrimônio (CMP), Gabinete da Diretoria-Geral (GDG), Secretaria de Gestão de Pessoas e Pagamento de Pessoal (Segepe), Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic), Assessoria de Comunicação Social (ACS), Cerimonial, Secretaria-Geral da Presidência (SGP), Coordenadoria de Precatórios e Coordenadoria de Arquitetura, Engenharia, Manutenção, Conservação e Limpeza (Caema). Além disso, as Varas do Trabalho dos fóruns de João Pessoa e de Santa Rita também receberão os jovens em setores como o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (CEJUSC-JT) e a Central de Atendimento. 

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André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13

 

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