TRT-13 leva ações do tribunal voltadas à promoção da liderança feminina e dos direitos humanos à ONU

Uma das palestrantes foi Carol Dartora (no centro da foto), primeira deputada federal negra eleita pelo estado do Paraná

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região), Thiago Andrade, participou nesta quinta-feira (16) da 67ª Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW67), realizada na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Na ocasião, foram discutidas questões pertinentes à promoção da igualdade de gênero e o estímulo à ocupação dos espaços de poder pelas mulheres.

Uma das pautas discutidas na programação foi o papel das empresas na promoção de meninas e mulheres em carreiras nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, com a participação de lideranças femininas brasileiras do setor público e privado, a exemplo da superintendente de comunicação da Eletrobras, Renata Petrocelli, e a diretora global de Diversidade e Inclusão do Nubank, Helena Bertho.

A Head de Direitos Humanos e Gênero do Pacto Global da ONU, Cynthia Muffuh, ressaltou a importância de dar visibilidade às diferenças para começar a mudar a realidade. “Você não pode se tornar aquilo que você não pode ver. O que vou falar aqui são coisas óbvias, mas que são importantes de serem repetidas, pois são situações que continuam a se repetir”, enfatizou Cynthia. Ao defender a importância da igualdade de gênero, da luta pela equiparação salarial e dos outros tópicos abordados na reunião, a palestrante se mostrou otimista. “Estou confiante de que estamos dando os passos certos, coletivamente", completou.

A diretora global de Diversidade e Inclusão do Nubank, Helena Bertho, ressaltou o papel da tecnologia neste esforço de inclusão das mulheres. “Cerca de 37% das mulheres não têm acesso à tecnologia. Se pensarmos no estudo que aponta que 14 milhões de pessoas entraram no sistema financeiro nos últimos anos, mas 2,5 bilhões não estão nele. Há uma relação direta entre não estar no sistema financeiro e não ter acesso a tecnologia. Para solucionarmos isso, é preciso uma solução conjunta. Como diz Emicida, ‘A vitória tem que ser coletiva, senão é vitória do sistema’”, salientou Helena, durante sua fala em uma das palestras da tarde.

Fernanda Ribeiro é fundadora da conta Black, voltada para pessoas pretas, e ressaltou que é importante estar atento ao recorte racial ao discutir a inclusão. “Nós temos um país em que 57% da população se declara negra, no entanto, estas pessoas são marginalizadas, inclusive no que diz respeito à exclusão financeira. Fatores estruturais como o acesso e a qualidade do acesso à internet podem afetar diretamente essa população. Há uma marginalização dos negócios dirigidos por pessoas negras e muitas vezes isso começa até pelo CEP, já que a maior parte da população negra está nas periferias. O sistema acaba, então, reproduzindo a discriminação”, argumentou a empresária e empreendedora.

O desembargador Thiago de Oliveira Andrade, presidente do TRT-13, esteve no evento e compartilhou material sobre os projetos desenvolvidos no Regional nesta gestão

Durante o encontro, o presidente do TRT-13 compartilhou com os participantes da reunião os projetos desenvolvidos pelo Regional paraibano por meio de um folder e um portfólio, ambos bilíngues, contendo os objetivos de cada um deles, a exemplo do Programa Igualdade de Gênero, que visa garantir às mulheres em situação de vulnerabilidade – a exemplo de mulheres negras, trans, indígenas, quilombolas, ciganas, entre outras nas suas mais variadas possibilidades de ser e existir – o acesso ao mercado de trabalho, bem como à construção de espaços de formação que contribuam com as suas ascensões profissionais. “A importante participação na CSW67 da ONU trouxe a oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo que lutam por uma causa comum e divulgar os projetos do Regional, transpondo as fronteiras da Paraíba, tornando possível o surgimento de novas ideias e parcerias", salientou o presidente do TRT-13, desembargador Thiago de Oliveira Andrade.

A tarde foi preenchida ainda por debates sobre a atuação dos setores público e privado na promoção de uma sociedade igualitária, com a participação da primeira deputada federal negra da história do Paraná, Carol Dartora, que ressaltou a importância da educação neste processo. “A gente entende que a pauta passa pela educação. A gente precisa deixar claro que as desigualdades podem ser vencidas pela formação e, assim, ter uma sociedade menos machista”, salientou a parlamentar

A situação das mulheres na perspectiva dos movimentos de Direitos Humanos da estratégia Ambição 2030 e como as nações do hemisfério Sul do globo podem se fortalecer ao estabelecer parcerias voltadas para o empoderamento feminino, especialmente as mulheres negras, também foram assuntos que entraram na pauta da reunião. “Quando uma mulher negra se identifica, diz que é uma mulher negra; uma mulher branca diz que é uma mulher; um homem diz que é uma pessoa. É preciso mudar esta lógica. A luta do racismo não é a luta apenas do povo preto, é uma luta pelos direitos humanos, é de todos nós”, evidenciou a coordenadora da Rede Malala no Brasil, de ativistas pela educação, e CEO da Mucua Consultoria e Assessoria Interdisciplinar, Benilda Brito, que foi aplaudida de pé ao fim de sua fala.

A Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres é uma das maiores reuniões anuais de lideranças mundiais, ONGs, empresas, parceiras e parceiros das Nações Unidas e ativistas de todo o mundo, e tem como objetivo discutir a situação dos direitos das mulheres e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todas as partes do mundo.

A Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres é uma das maiores reuniões anuais de lideranças mundiais, ONGs, empresas, parceiras e parceiros das Nações Unidas e ativistas de todo o mundo

A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW), que se reúne, no mês de março, em Nova Iorque, há mais de 60 anos. Essa é uma das principais instâncias de negociação e de monitoramento de compromissos internacionais sobre direitos humanos das mulheres. Participam dos encontros anuais, as autoridades dos mecanismos das mulheres, sociedade civil e especialistas.

O convite para a participação da reunião se deu pelo recente compromisso do TRT-13 com o Movimento Elas Lideram 2030, que conclama empresas e instituições a assumirem um pacto pelo estímulo às lideranças femininas em cargos de alta gestão, com a meta de alcançar a paridade de gênero, ou seja, a divisão igualitária entre mulheres e homens nos espaços de poder, até 2030.

Desde o início da nova gestão, as mulheres aumentaram sua presença nos cargos de liderança do TRT-13. Atualmente, dos 109 cargos em comissão (CJ) ativos no Regional, 39 são ocupados por mulheres, o que representa o inédito percentual de 35,78% dos cargos de alta gestão do tribunal. Uma delas é Simone Perrusi, a primeira diretora-geral da história do tribunal. 

Esta foi a maior delegação do Brasil a participar deste importante evento na Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque

Empodera TRT-13

Nos dias 6 e 8 de março, o TRT-13 promoveu o lançamento do Programa de Formação de Lideranças Femininas – Empodera TRT-13, com cerimônias em João Pessoa e Campina Grande. Na capital, o evento contou com a participação por videoconferência da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e com a presença da presidenta do Banco do Brasil, a primeira mulher a ocupar o cargo desde a fundação da instituição, Tarciana Medeiros.

Na ocasião, foram assinados três atos, sendo dois da presidência do tribunal, estabelecendo a reserva de vagas para mulheres nos futuros contratos de prestação de serviços continuados e terceirizados e a garantia do respeito à proporcionalidade na nomeação de cargos em comissão e assessoramento no Regional; e um em conjunto com a Escola Judicial da 13ª Região (Ejud13), estabelecendo que a oferta de vagas da Ejud13 seja proporcional entre homens e mulheres. 

Confira vídeo institucional sobre o programa:

Vídeo de apresentação do Programa de Formação de Lideranças Femininas, (Empodera TRT-13).

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13